Os ratings das figuras do Porto e Benfica até ao duplo duelo natalício

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Este ano o Natal futebolístico tem outro “élan”. O Porto recebe o Benfica duas vezes no espaço de uma semana, e a primeira é já no dia 23, esta quinta-feira, para a Taça de Portugal, a um dia da noite de consoada. Resta saber quem sai “consolado” do Dragão, sendo este um jogo de “mata-mata” e uma antecipação do que seria o confronto mais vezes repetido em finais da prova: “dragões” e “águias” já se defrontaram dez vezes na grande final, a última delas em 2019/20, com a vitória a sorrir aos “azuis-e-brancos”.

Vitórias consecutivas, goleadas atípicas e… novelas brasileiras

O primeiro “clássico” está cheio de ingredientes apimentados, qual cabrito natalício. O Porto lidera a Liga e vive um momento afirmativo, consumado num ciclo de dez vitórias consecutivas na Liga, e recebe o adversário duas vezes no conforto do seu covil. O Benfica vem mostrando mais irregularidade, com duas derrotas caseiras recentes, uma delas frente ao rival Sporting, mas apresenta uma tendência goleadora impressionante em quatro dos últimos cinco encontros para a Liga, marcando nunca menos de quatro golos. E como se não bastasse tudo isto, eis que a “novela” em redor da permanência (ou saída) de Jorge Jesus face à cobiça flamenguista acrescenta ainda mais piri-piri ao enredo que envolve o(s) “clássico(s)” que se aproximam.

As “novelas” não são a nossa especialidade, mas os analytics (e os “bonecos” associados) sim. Decidimos, por isso, lançar este primeiro confronto escolhendo cinco comparativos entre alguns dos jogadores-chave de Porto e Benfica na Liga Bwin até à 15ª jornada. E a verdade é que os números até a nós nos surpreenderam, quando comparados, em alguns casos. Vamos a isto?

Diogo Costa 🆚 Odysseas Vlachodimos: na baliza pode estar a diferença

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Ambos vão protagonizando épocas positivas, embora o destaque recaia naturalmente no jovem guardião “azul-e-branco”, por ter agarrado com as duas mãos a oportunidade decorrente da lesão de Marchesín no início da temporada. Os números de Odysseas não surpreendem, ele que já nos habituou a mostrar índices superiores aos créditos que por vezes lhe são reconhecidos pela imprensa, adeptos e por vezes até técnicos.

A verdade é que o grego tem mais trabalho do que o seu rival (enfrenta mais remates enquadrados por jogo) e já evitou também mais golos, à luz dos Expected Goals, mas é Diogo Costa aquele que sofreu menos golos, soma mais “clean sheets” e mostra um jogo de reposição mais interessante (42% de entregas eficazes em pontapés de baliza longos, um registo a ter em conta). Resta saber se o Odysseas do “clássico” será este ou um ainda melhor, o da Champions League, onde fechou a fase de grupos com um dos melhores ratings “encarnados”.

A fechar, um pormenor interessante: Diogo Costa e Odysseas já enfrentaram ambos grandes penalidades nesta Liga, duas e uma respectivamente, mas apenas o português travou um destes lances (uma vez).

Pepe 🆚 Nicolás Otamendi: um histórico contra um ex-patrão “azul-e-branco”

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Este é um frente-a-frente cheio de simbolismo, ou não fosse Pepe o capitão e figura (já) histórica no Porto e Otamendi um ex-patrão do eixo defensivo “azul-e-branco”, agora na defesa das cores do rival. O internacional argentino pode não ter começado bem na época passada, mas com tempo foi mostrando a classe que se lhe reconhecia sendo neste momento (a par de Pepe e Coates) um dos três melhores ratings na posição, na Liga em curso.

As diferenças de rating são tecnicamente insignificantes (tal como no comparativo entre os guardiões) e demonstram o grande momento de ambos os jogadores, isto apesar de Pepe ser dúvida para o “clássico”, fruto dos problemas físicos que tem vindo a tentar ultrapassar.

Uribe 🆚 Weigl: dois “tampões” com golo

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Mais um comparativo com rating separado por… migalhas. Ambos cumprem a função primordial de “tampão” defensivo e primeiro ponto de construção no meio-campo, mas os dois vão mostrando (com acções para golo) bem mais do que isso esta época. A maior “surpresa” acaba por ser Julian Weigl, cuja produção subiu muito esta época, em dupla com João Mário. Resta saber se o médio “encarnado” conseguirá acompanhar Uribe na hora de aparecer nos grandes jogos, recordando que foi um dos “eclipsados” no recente dérbi lisboeta.

Vitinha 🆚 João Mário: o resgatado defronta o desejado de Jesus

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Os números de João Mário são muito bons. São, aliás, superiores ao registo com que fechou a época de campeão ao serviço do Sporting. Só que o bom não chega na hora de comparar desempenho com Vitinha, o “puto” que vem crescendo de jogo para jogo, remetendo para o banco opções outrora principais e levando os portistas a agradecer a todos os “santinhos” a hora em que o Wolves decidiu não activar a sua cláusula, permitindo um regresso ao Dragão de franca afirmação.

Otávio 🆚 Everton: Motores com cilindrada diferente

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De Cebolinha espera-se sempre mais, face ao que custou. A verdade é que o seu desempenho não é tão “cinzento” como por vezes se lhe atribui, mas, quando colocado lado a lado com a “alta cilindrada” de Otávio, a coisa pia mais fino. Chamam-lhe Otavinho, mas é mesmo um Otavão, a atacar e defender. E este ano o portista até marca golos, algo que nem sempre surgiu na sua lista de predicados.

Luis Díaz 🆚 Rafa Silva: MVPs da Liga vão a jogo

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São os dois melhores ratings da Liga e isso nem alimenta discussão. Já na hora de escolher qual é neste momento o melhor, aí sim, o debate acende. Um decide a marcar, o outro tem decidido a oferecer. Já se sabia que ambos eram bons jogadores, mas os dois vão surpreendendo pela forma letal como têm ajudado as suas equipas a resolver situações complicadas. Jogos grandes? Aí ganha vantagem o colombiano que, fazendo justiça ao que acabámos de escrever, ajudou o Porto a não sair derrotado de Alvalade. Já Rafa mal se viu, na recepção ao Sporting. Mas este é outro jogo e destes dois, e com estes dados… tudo se pode esperar.

Taremi 🆚 Darwin: Noite de golos ou de eclipse?

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São dois avançados que já provaram capacidade de decidir jogos, mas também… eclipsar-se quando não dá jeito nenhum. Taremi viveu um período virtuoso entre a quarta e a nona jornada (sete golos, incluindo um “hat-trick” e um bis), mas já não marca há seis rondas. Já Darwin aparece, desaparece (dérbi) e reaparece (cinco golos nas últimas duas jornadas) com uma velocidade que confunde adeptos e crítica. O uruguaio notabilizou-se o ano passado pelas assistências, mas parece ter trocado essa apetência pelo que motivou o Benfica a contratá-lo: golos. Já Taremi está ainda assim longe de estar em crise, quem dera a qualquer avançado chegar à 15ª jornada com 12 acções para golo.

Que menino(s) destes irão decidir o “clássico”? Cá estaremos para o descobrir, convosco, mas connosco ficam os dados, pois este jogo, pela sua importância, terá excepcionalmente cobertura GoalPoint, ao contrário do que é habitual nesta fase da Taça de Portugal.

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