NEM o sumo neerlandês foi suculento, nem os gauleses cantaram de galo na noite desta sexta-feira em Leipzig. O cartaz impunha respeito, mas ficou aquém das expectativas, com a teia defensiva a suplantar a magia atacante naquele que foi o primeiro embate deste EURO a acabar sem qualquer golo marcado. A espaços, principalmente na segunda parte, a França – que não pôde contar com o lesionado Mbappé – apresentou mais argumentos para ficar com os três pontos, mas Griezmann não calibrou a mira – Expected Goal (xG) de 0,94. Com este empate, a Polónia tornou-se na primeira equipa a carimbar o passaporte de volta para casa…
Nulo técnico
Esteve longe de superar as expectativas a primeira metade em Leipzig. Os dois conjuntos tentaram controlar as incidências e, nas poucas vezes que conseguiram furar as amarras defensivas, criaram algumas situações de perigo, mas ora Maignan (três intervenções), ora Verbruggen (duas defesas) ou a imprecisão dos atacantes – Griezmann, por exemplo, ainda deverá estar a pensar como desperdiçou uma situação flagrante aos 13’ – deixaram o marcador a zeros. Na etapa final, o sinal dos gauleses foi mais potente, assumiram as rédeas do encontro, subiram o bloco, foram pacientes, circularam a bola com critério pelos três corredores e fizeram balançar a defesa neerlandesa. Aos 65’, Griezmann voltou a desperdiçar uma ocasião flagrante na cara de Verbruggen, na resposta a “laranja” entrou em ebulição, com o golo de Xabi Simons, lance que foi posteriormente anulado por fora-de-jogo posicional de Dumfries. À segunda jornada, os neerlandeses assumiram a liderança do grupo devido a um golo de diferença, os gauleses ocupam o segundo posto e a Áustria surge logo atrás, com a Polónia já a preparar as malas.
[ A França jogou de forma mais compacta no meio-campo ]
O Jogo em 5 Factos
Equilíbrio – Os dois conjuntos chegaram ao intervalo com o mesmo número de remates, cinco para cada lado, sendo que três das tentativas dos neerlandeses foram enquadrados e duas dos gauleses levaram a direcção do alvo.
Sem acerto – Ao descanso, dos nove cruzamentos feitos – sete para a França e dois para os Países Baixos – apenas um foi eficaz.
Agressividade neerlandesa – Os comandados de Ronald Koeman tentaram condicionar a acção contrária e não tiveram pejo em recorrer às faltas. Foram 13 as que fizeram, face às oito francesas.
Jogo sem balizas – Ao cabo do 21.º jogo, chegou o primeiro nulo desta edição do EURO. Os Países Baixos fizeram oito remates (metade enquadrados), já a França chegou às 15 tentativas (três no alvo).
Assistências esperadas (xG) – Kanté não sabe jogar mal e esteve novamente num excelente plano. Além quatro recuperações de bola, mostrou-se no ataque com dois remates, seis passes progressivos, quatro acções na área contrária e uma ocasião flagrante criada – assistência esperada (xA) de 0,83 (recorde na prova).
MVP GoalPoint: Adrien Rabiot 
Com a presença de Tchouaméni e de Kanté, teve mais liberdade de movimentos e foi a unidade mais em foco no encontro com um remate, quatro passes para remate, um acerto de 97% nos 62 passes tentados, atingiu as 79 acções com a bola (quatro na área contrária), venceu nove duelos (recorde na partida), perdeu apenas um, recuperou a bola em seis ocasiões, acumulou outras tantas perdas e carimbou cinco acções defensivas. O médio foi o MVP com um GoalPoint Rating de 7.0.
Outros Ratings 
Mike Maignan 6.8
Voltou a ser decisivo nas poucas vezes em que foi chamado a testar os reflexos. Protagonizou três defesas, evitou 1,0 golos (defesas – xSaves).
Bart Verbruggen 6.7
Num teste de fogo, o jovem guardião de 21 anos não tremeu e respondeu presente com três defesas de alto calibre, negando 1,2 golos (defesas – xSaves).
