EU “show” Ricardo Velho. O guarda-redes voltou a protagonizar uma exibição superlativa, mas nem assim impediu o quarto triunfo do FC Porto no campeonato. Os “dragões” concluíram o jogo com 25 remates (12 enquadrados), quatro bolas nos ferros e 44 acções com a bola na área contrária, mas o “super” guardião ia encontrando uma resposta para todas estas tentativas – foram dez as intervenções –, apenas não conseguiu deter uma grande penalidade convertida por Galeno e um remate do reforço Samu Omorodion – pelo meio Tomané tinha empatado.
Dois “tiros” no muro algarvio
Um gigante Ricardo Velho e os postes impediram que o FC Porto chegasse ao intervalo com uma enorme vantagem no marcador. O futebol acutilante e objectivo dos “azuis-e-brancos” produziu inúmeras ocasiões de golo, foram cinco flagrantes e uma clara, mas ora os reflexos do guardião dos algarvios, ora os ferros – em duas situações – deixaram o “score” em branco. Do lado dos comandados de José Mota, realce para as investidas de Tomané (autor de três remates).
Na primeira jogada do segundo tempo, Galeno abriu a contagem ao converter uma grande penalidade por ele sofrida. Foi o 14.º remate dos anfitriões, no entanto, a resposta dos visitantes foi lesta e mortífera. Tomané aproveitou um “brinde” de Otávio e igualou o duelo. O FC Porto voltou a carregar, mas o cenário inicial repetiu-se com Ricardo Velho e os ferros a emergirem. A muralha algarvia manteve-se intacta até aos 75’, altura em que o suplente Samu Omorodion – tinha entrada 11 minutos antes – vestiu a capa de herói e assegurou o triunfo portista e mais um desaire da formação de José Mota, que continua a zeros nesta edição da prova.
[ Domínio portista patente nos posicionamentos médios ]
O Jogo em 5 Factos
1. Avalancha portista
O emblema da Invicta assumiu as rédeas do jogo e produziu diversas oportunidades de golo. Finalizou o encontro com 25 remates, dos quais 12 foram enquadrados ao alvo (igualou o recorde da prova, que já lhe pertencia), 44 acções com a bola e 71% da posse de bola.
2. Muitas ocasiões flagrantes
Foram nove as ocasiões flagrantes criadas pela equipa de Vítor Bruno e 3,87 no que diz respeito aos golos esperados (xG). O pior é que os portistas falharam sete (valor mais alto da Liga). Já o Farense finalizou com êxito a única ocasião clara que produziu – (xG) de 1,02.
3. Ferros “ajudam” Velho
Além da enorme exibição de Ricardo Velho, o Farense contou com a preciosa “ajuda” dos ferros. Foram quatro as ocasiões em que tentativas do FC Porto acabaram por embater nos postes.
4. Passes com muito risco
As duas formações cometeram diversas falhas na primeira fase de construção. Os donos da casa fecharam o duelo com 15 passes de risco desperdiçados e os visitantes falharam menos cinco.
5. Centros com pouca eficácia
Os “dragões” usaram e abusaram os cruzamentos, mas não foi a melhor estratégia. Das 14 tentativas, apenas duas foram eficazes. Melhor esteve o Farense com sete centros eficazes em 13 realizados.
MVP GoalPoint: Ricardo Velho
Começam a faltar os adjectivos para descrever o guarda-redes. Não obstante a derrota, o guardião fez de tudo para impedir o triunfo portista e protagonizou uma exibição memorável, catapultada com números sensacionais, ora vejamos: foram dez as intervenções, sendo que em oito deteve remates que ocorreram no interior do conjunto algarvio (recorde na prova), cinco defesas travaram ocasiões flagrantes sendo que, ao todo todo, evitou 2,0 golos (defesas – xSaves). Atingiu, ainda, 13 acções defensivas, não teve hipóteses nos dois tentos que sofreu e foi um justo MVP com um rating de 9.8.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Porto
Samu Omorodion 7.3
Precisou de apenas 11 minutos para desatar o nó algarvio. Imprimiu outra vivacidade e presença física à frente de ataque com dois remates, um golo, três acções com a bola na área contrária, venceu seis duelos, perdeu três e levou a melhor em três dos quatro duelos aéreos ofensivos que protagonizou. Criou uma ocasião flagrante e fez um passe de ruptura.
Diogo Costa 7.1
O Farense não atacou muitas vezes, mas sempre que o fez foi perigoso. O capitão portista esteve num bom plano com cinco defesas – impediu 0,9 golos (defesas – xSaves).
Galeno 6.5
Agradeceu o carinho que recebeu das bancadas ao minuto 13 com sete remates (máximo no jogo), um golo, uma bola nos ferros, dez passes progressivos recebidos, cinco faltas sofridas (recorde da tarde) e dez acções com a bola na área contrária (outro máximo). Não fossem as duas ocasiões flagrantes desperdiçadas e poderia ter tido uma nota ainda mais elevada.
Alan Varela 6.4
Foi preponderante no desfecho do lance que decidiu o jogo. Sai de cena com dois remates, quatro passes para remate, seis progressivos, quatro passes progressivos, quatro recuperações de bola e oito perdas da posse.
Nico González 5.7
Muito em jogo com três remates, um dos quais nos ferros, duas ocasiões flagrantes desperdiçadas, 75 acções com a bola, cinco acções com a bola na área contrária, oito duelos vencidos e sete perdidos.
André Franco 5.6
Lançado na etapa final, aproveitou para criar uma ocasião flagrante, obteve 16 acções com a bola e apenas falhou um dos 12 passes que fez.
Pepê 5.6
Tentou visar o alvo com três remates, mas falhou duas ocasiões flagrantes, ainda atingiu as nove acções com a bola na área do Farense, acumulou seis recuperações de posse e 22 perdas (recorde negativo).
Nehuén Pérez 5.6
Em estreia absoluta, o argentino venceu três duelos, perdeu oito, ganhou três dos cinco duelos aéreos defensivos que protagonizou, acumulou quatro recuperações de bola e sete perdas da posse.
Francisco Moura 5.3
Ainda a conhecer os cantos à casa, foi titular e, enquanto esteve em campo, criou uma ocasião flagrante, gizou quatro passes para remate, foi eficaz em metade dos quatro centros que realizou, ganhou dois duelos, perdeu sete, falhou os dois dribles que arriscou, acumulou duas recuperações de bola e 15 perdas.
Otávio 4.0
Com a concorrência de Tiago Djaló e de Zé Pedro a apertar, voltou a cometer mais um erro crasso que resultou no golo algarvio. Em 58 passes falhou oito, sendo que três foram de risco.
Destaques do Farense
Tomané 7.6
Quase sozinho contra a defensiva portista, lutou, batalhou e marcou. Bela exibição do experiente avançado, ele que foi responsável por cinco remates, um golo, dez passes progressivos recebidos, oito acções com a bola na área contrária, 14 duelos conquistados (máximo na partida), oito duelos perdidos, sete duelos aéreos ofensivos vencidos em 12 tentados e três faltas sofridas.
Artur Jorge 6.9
Destacou-se com um remate, 16 acções defensivas (recorde da tarde) e três recuperações de bola.