Portugal – França | Heróis eternos!

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Aselecção de Portugal tornou-se hoje Campeã da Europa ao vencer por 1-0 a França no prolongamento. Num jogo épico, Portugal ficou sem Cristiano Ronaldo, por lesão, ainda no decorrer da primeira parte e foi o improvável Éder, num remate de fora da área aos 109 minutos a dar o “caneco” a Portugal!

Payet afasta o capitão

Portugal entrou nervoso, perdendo vários lances de forma disciplicente e assistindo aparentemente impotente ao domínio gaulês.

Aos 25 minutos, a Selecção, que apenas contava com dois remates (nenhum deles enquadrados) contra cinco da França (dois deles enquadrados), sofreu um enorme e inesperado revés.

Após um entrada dura (mas aparentemente não maldosa) de Dimitri Payet (não assinalada) e depois de ter tentado jogar com um ligadura no joelho, Cristiano Ronaldo é retirado em maca do jogo. Com mais de uma hora de jogo por disputar, Portugal ficava sem o seu capitão e melhor marcador para esta final. Aumentavam as dificuldades.

Curiosamente, a saída de CR7 trouxe um maior equilíbrio à partida, empurrando a França para longe da grande área de Rui Patrício (que por esta altura já havia lançado a candidatura a melhor em campo). O jogo ia para o descanso a zero e a primeira “carga” gaulesa não havia provocado danos no marcador.

Coesão defensiva e… “São Patrício”

O segundo tempo viria a confirmar uma maleita “lusa”: apesar da assinalável eficácia de passe faltava acutilância ofensiva a Portugal.

Portugal defendia e “aguentava” o jogo, contando sempre com um “São Patrício” inspirado e que ia somando defesas, algumas de “outro mundo.

O primeiro remate português na segunda parte e o único tiro enquadrado durante o tempo regulamentar ocorreu apenas aos 80 minutos. Um cruzamento/remate de Nani obrigou Hugo Lloris a uma enorme defesa e, na resposta, Ricardo Quaresma quase abria o marcador de “bicicleta”.

Perto do final do tempo regulamentar seria a selecção gaulesa a dispor (e desperdiçar) da melhor oportunidade. Com dois minutos para lá dos 90 minutos, André Gignac desembaraça-se de Pepe mas vê o seu remate embater no poste, para alívio de milhões de adeptos portugueses.

A “alma lusitana”

No prolongamento surgiu algo para alguns inesperado: a selecção francesa ia revelando uma crescente quebra física e anímica (um dia de descanso a menos não explica tudo) e em trinta minutos fez apenas… um remate à baliza de Rui Patrício.

Já Portugal começou a acreditar que podia “ser feliz” e… espevitou. E foi aí que o herói improvável lançado aos 79 minutos (o nosso twitter parecia esconder uma “bola de cristal” na redacção) fez história, já após comprovar o acerto da sua entrada com os duelos ganhos (9) e faltas sofridas (5) que coleccionou.

Depois do guarda-redes francês defender um perigosíssimo cabeceamento de Éder e após um remate ao poste de Raphael Guerreiro de livre, o mesmo Éder levou ao delírio milhões de portugueses por esse mundo de fora com um golaço de fora da área aos 109 minutos.

Cumpria-se o desígnio nacional prometido por Fernando Santos. Pela primeira vez na história, Portugal vencia uma grande competição internacional.

Lágrimas do capitão, fé do treinador, inspiração de toda uma equipa e o apoio de milhões de adeptos por todo o mundo, escreveram a “verde e vermelho” a mais bela história do futebol nacional.

Portugal sagrava-se Campeão Europeu!

De entre tantos heróis o GoalPoint Rating destacou um que usa luvas: Rui Patrício foi o melhor em campo esta noite com 7.7. Destaque para as suas sete defesas, três saídas aéreas, três duelos ganhos (100% eficácia, uma recuperação e 74% de eficácia de passe. Um “muro” fundamental, sem o qual o momento de Éder nunca teria chegado.

Factos Estatísticos GoalPoint:

  • Renato Sanches é o mais jovem jogador a disputar (e conquistar) uma final de um Europeu (18 anos e 326 dias).
  • Pela primeira vez, Portugal venceu o país organizador de uma fase final de Europeu ou Mundial. Anteriormente, tinha perdido frente à Inglaterra em 1966, França em 1984, Coreia do Sul em 2002, Alemanha em 2006 e Suíça em 2008.
  • Desde o Mundial de 2006 frente à Holanda e após 32 jogos, que Cristiano Ronaldo não era substituído numa fase final. Ronaldo fez apenas oito toques na bola e seis passes antes de ser substituído por lesão. Jogou por fora, e bem.
  • Este foi a final de um Europeu com o maior tempo de espera por um golo, batendo o anterior recorde de 58:33 no Euro 96 (República Checa vs Alemanha).
  • Portugal bateu o recorde de cartões amarelos atribuídos a uma equipa no Euro 2016, ao ser admoestado por seis vezes.
  • O tento de Éder foi o primeiro golo de Portugal de fora da área, desde o memorável “tiro” de Rui Costa frente à Inglaterra em 2004.
  • Eder é apenas o sexto substituto a marcar em fases finais de um Europeu (juntando-se a nomes como Oliver Bierhoff, Slvain Wiltord, David Trezeguet, Juan Mata e Fernando Torres).
  • Portugal foi a única equipa a marcar em prolongamento neste Euro 2016. Ricardo Quaresma contra a Croácia e Éder hoje, a fechar com “chave de ouro” o mais glorioso feito da história do Futebol Nacional.

E… viva Portugal!

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