Chegou aquela altura do ano em que não se fala de outra coisa. Após seis anos em que France Football e FIFA caminharam juntas no sentido de entregar o definitivo prémio de melhor jogador do ano, em 2016 as entidades decidiram voltar a separar-se, fazendo com que Messi e Cristiano Ronaldo pudessem competir por dois troféus individuais. No entanto, o método de escolha é basicamente o mesmo: votos. Se num votam jornalistas, no outro votam seleccionadores e jogadores, e sejamos sinceros: se era para isto mais valia estarem quietos.
Se a democracia do voto tem as suas inquestionáveis vantagens, neste caso também tem os seus problemas. Convenhamos que não é fácil para quem vota conhecer todos os jogadores do mundo, e mesmo conhecendo os mais importantes, muito dificilmente alguém terá tido oportunidade de observar atentamente os milhares de jogos ocorrido em 2016, nas várias competições que aconteceram.
Permitam-nos a desfaçatez, mas o nosso método contorna esse problema. Recorrendo aos dados estatísticos que possuímos e ao nosso GoalPoint Rating, algoritmo que pontua de 1 a 10 cada jogador em cada jogo que disputa, é-nos possível garantir que não nos escapa praticamente nada e que os melhores serão escolhidos pelo seu verdadeiro desempenho dentro do campo, ao invés da simplificação habitual de resumir as conquistas individuais aos mais emblemáticos protagonistas das conquistas colectivas.
Foi assim que, no final de 2015, quando para a maioria das pessoas Riyad Mahrez era um nome quase desconhecido de uma equipa que estava a fazer uma época “engraçadinha” na Premier League, o jogador do Leicester apareceu em oitavo lugar na nossa lista final dos melhores do ano. Muitos estranharam, mas cinco meses volvidos o argelino sagrar-se-ia campeão inglês e estaria avaliado em cerca de €40M.
Outros nomes causaram espanto, como Nolito (13º), que acabaria a época 15/16 a titular da selecção espanhola e como uma das primeiras contratações de Pep Guardiola para o Manchester City, ou Casemiro (14º), fundamental para Zidane na conquista da Liga dos Campeões e que hoje provavelmente poucos ousariam retorquir.
Este ano alargámos o desafio e, para além de incluirmos obviamente o Euro 2016 e a Copa América, ainda avaliámos mais três campeonatos que no ano passado (Bélgica, Turquia e Holanda). Ao todo foram quase 9000 jogadores a passar pelas “malhas” do algoritmo. Como resultado, mais nomes surpreendentes aparecerão. Sabemos que vai ser polémico, mas confiamos que daqui a uns tempos sê-lo-á menos.
Prepare-se ainda para um “top 3” que poucos adivinhariam, possivelmente pouco politicamente correcto, mas com o qual fica muito mais difícil de discordar depois de olhados os números com profundidade. É para isso que estamos cá.
Menções honrosas
No sentido de avaliar apenas os jogadores que tiveram uma relevância constante ao longo do ano, tivemos de aplicar um limite de minutos jogados para que aparecessem na lista final. Os principais prejudicados foram o “homem-escorpião”, Henrikh Mkhitaryan, a quem o afastamento temporário das opções de Mourinho e o facto de a Arménia não ter estado no Euro lhe custaram o nono lugar, e também Paulo Dybala, vítima de uma arreliadora lesão no final do ano o afastou do décimo lugar e da não chamada à Copa América. Dois jogadores que, pela idade e qualidade, ainda vamos voltar a ver nesta lista nos próximos anos.
Outros jogadores que merecem referência são dois portugueses que, curiosamente, não têm sido opção regular de Fernando Santos na selecção. Ricardo Pereira, lateral direito/esquerdo emprestado pelo FC Porto ao Nice, ficou na 66ª posição e foi um dos melhores laterais do mundo em 2016 graças à grande evolução defensiva que teve em França; e Pizzi, em 87º, ele que foi um dos maiores criadores de ocasiões de golo na Europa em 2016.
Eis os outros nove (para além do óbvio Cristiano Ronaldo) melhores portugueses (ou que jogaram em Portugal em 2016) da lista final:
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