Rio Ave 🆚 Benfica | Muro polaco Miszta trava águia perdulária

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NO fecho de contas desta edição do campeonato, rioavistas e benfiquistas despediram-se com um empate. O jogo foi intenso, com períodos de maior domínio do Benfica, mas o Rio Ave teve o mérito de nunca ter desistido e conseguiu responder ao golo de Orkun Kökçü já no período de descontos por intermédio de Costinha. Numa noite que marcou a despedida de Ukra dos relvados, a equipa de Roger Schmidt teve um volume considerável de oportunidades para “matar” o encontro, mas não o fez e acabou por “morrer”.

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Quem não “mata”, empata…

Antes do apito inicial, Luís Freire fez cinco mudanças relativamente à última jornada e concedeu a titularidade e a braçadeira de capitão a Ukra na partida de despedida do extremo. Já nas “águias”, Roger Schmidt promoveu quatro mexidas promovendo as inclusões de Samuel Soares, Morato, Rollheiser e Tengstedt. Os nomes de Rafa e de Di María não apareceram na ficha de jogo, Trubin e António foram suplentes. Quando a bola começou a rolar, o domínio “encarnado” foi mais intenso nos primeiros 47 minutos de acção. Pressionante e a explorar os três corredores, o Benfica foi criando perigo, Miszta, com duas excelentes intervenções, impediu que Casper Tengstedt marcasse aos 6’ e 17’, mas nada conseguiu fazer ao minuto 31, altura em que o dinamarquês assistiu Orkun Kökçü para o primeiro golo da noite.

A primeira parte ficou ainda marcada pela bela homenagem a Ukra, que disse adeus aos relvados de forma emocionante e com direito a uma guarda de honra formada por elementos dos dois conjuntos.

Kökçü foi a peça com melhor avaliação neste período, fruto de um golo, dois passes para remate, dois passes progressivos e 28 acções com a bola, que lhe valiam um GoalPoint Rating de 6.0

Os benfiquistas mantiveram o domínio e continuaram a ser perdulários no momento da definição, as ocasiões para dilatar a vantagem foram diversas, mas ora Miszta, ora o desacerto de Rollheiser (53’), Tengstedt (60’) e Otamendi (74’) deixavam o duelo com o resultado incerto.

A equipa anfitriã, que melhorou com as entradas de Adrien Silva e de Fábio Ronaldo, foi ganhando confiança, ainda festejou quando Boateng colocou a bola dentro das redes aos 77’, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo. Dez minutos volvidos, foi assinalada mão na bola na área de Florentino na sequência de um cabeceamento de Aderllan. Da marca dos 11 metros, Costinha soltou um “míssil” que decretou o resultado final.

Num período de descontos de loucos, Prestianni viu o guarda-redes negar-lhe uma estreia de sonho e, no último lance da partida, Aursnes salvou a remontada ao travar um remate de Boateng… Os vila-condenses passam a contabilizar 12 partidas sem derrotas na prova, ao passo que o Benfica, numa noite em que estreou os jovens Gustavo Varela e Prestianni, volta a escorregar e fecha a temporada com muitas dúvidas e poucas certezas.

[ O Benfica esteve por cima no jogo, mas… ]

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MVP GoalPoint: Cezary Miszta 👑

No jogo de estreia no campeonato, o polaco de 22 anos brilhou com intensidade e foi um dos principais responsáveis pelo ponto arrecadado pela equipa da casa. Olhando para a ficha, Miszta destacou-se com nove defesas – evitou 0,1 golos (defesas – xSaves) –, acumulou 11 acções defensivas e acertou 25 dos 30 passes tentados. Por tudo isto, foi o MVP com um GoalPoint Rating de 8.4.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Rio Ave

Aderllan Santos 7.1

Esteve na génese do golo do empate, além disso, ganhou dez duelos, perdeu três e carimbou 14 acções defensivas (recorde na partida).

João Costinha 6.8

Tem talento para outros voos. Sai de cena com dois remates, um golo, cinco centros (um eficaz), cinco passes progressivos, nove duelos vencidos, 11 perdidos, oito recuperações de posse, 16 perdas e 12 acções defensivas.

Fábio Ronaldo 6.2

Deu outra amplitude ao lado esquerdo vila-condense com um remate, três passes progressivos, dois super progressivos, seis duelos conquistados, cinco perdas da posse e três acções defensivas.

Ukra 5.0

Menção honrosa para o camisola 17 no jogo em que disse adeus aos relvados, aos 36 anos. Substituído ao minuto 17, foi 100% eficaz nos sete passes tentados, ganhou dois duelos e perdeu três.

Destaques do Benfica

Orkun Kökçü 7.7

Reivindicou mais liberdade nas acções de ataque e tinha razão. Num final de época tão atribulado, tem sido uma das unidades mais regulares da equipa. Fecha a temporada com três remates, um golo, cinco passes para remate (máximo no duelo), cinco passes progressivos, 55 acções com a bola, esteve menos bem nos 11 passes falhados em 41 tentados e nas 15 perdas da posse acumuladas.

Morato 6.7

Partida bem conseguida na posição onde mais rende, como central do lado esquerdo. Destacou-se com um remate, uma eficácia de 90% no capítulo dos passes, 62 acções com a bola, sete recuperações de posse, seis perdas e 11 acções defensivas.

Casper Tengstedt 6.6

Muito activo, mas ao mesmo tempo foi muito perdulário. Foi o mais rematador com cinco tentativas (quatro enquadradas) desperdiçou uma ocasião flagrante, ofereceu o 0-1 a Kökçü, contabilizou dez acções com a bola na área contrária (outro recorde), venceu nove duelos, perdeu nove duelos, sofreu cinco desarmes e 12 perdas da bola.

João Mário 6.4

Equilibrou as acções na zona central e orquestrou um remate, três conduções progressivas, oito recuperações de posse, nove perdas e três acções defensivas.

João Neves 6.2

O médio foi responsável por três remates, dez passes falhados em 69 (eficácia de 86%), dois passes progressivos, 90 acções com abola, nove recuperações de posse, 13 perdas e seis acções defensivas.

Fredrik Aursnes 6.2

Lançou Tengstedt na jogada que resultou no 0-1, contabilizou seis passes progressivos, conquistou quatro duelos, perdeu quatro, somou quatro recuperações de posse, nove perdas e sete acções defensivas.

Álvaro Carreras 6.0

Mais uma titularidade para o espanhol que preencheu a exibição com dois centros, 90 acções com a bola, 11 duelos vencidos, nove perdidos, cinco duelos aéreos ofensivos conquistados e seis acções defensivas. Tem de melhorar nos momentos de definição dos lances, como comprovam os 20 passes falhados que acumulou (sete de risco) e as 25 perdas da posse (outro máximo negativo).

Benjamín Rollheiser 5.2

Substituído aos 62′, o argentino demonstrou que tem qualidade, mas exibiu-se de forma intermitente com dois remates, um centro eficaz, seis passes falhados em 45 feitos (eficácia de 87%), 60 acções com a bola, cinco recuperações de bola, 14 perdas da posse e quatro desarmes consentidos.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.