Uma autêntica montanha-russa. Lesões em sequência, um golo “para os apanhados”, uma grande penalidade, uma expulsão para o “leão”, duas reacções rumo a empates e ocasiões atrás de ocasiões desperdiçadas. Houve de tudo um pouco neste jogo em Alvalade, com a igualdade final a reaproximar o Benfica do Sporting (dois pontos) e a confirmar o grande momento do Arouca, que não perde há sete jornadas.
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Montanha-russa em Alvalade
Muito acidentada a primeira parte em Alvalade. No espaço de apenas três minutos, logo no arranque, St. Juste e Daniel Bragança saíram lesionados, mas não sem antes o neerlandês fazer um passe descabido que levou o guarda-redes Rui Silva a fazer um (caricato) autogolo. Conrad Harder ainda empatou, depois Henrique Araújo acertou na barra, mas nos descontos da etapa inicial o atacante emprestado pelo Benfica recolocou o Arouca na frente, de grande penalidade, a castigar falta de Hjulmand precisamente sobre Araújo. Uma montanha-russa.
Tudo acontecia ao “leão” e, aos 62 minutos, Hjulmand viu o segundo cartão amarelo e foi mais cedo para os balneários, algo que não impediu o Sporting de continuar a atacar mais, mas o Arouca passou a ter mais facilidades e espaços para contra-atacar com muitos elementos. Porém, as decisões eram más e os lances perdiam-se. Quem não se importou com isso foi Trincão, que empatou aos 74 minutos. O jogo partiu-se, os lances de grande perigo continuaram a surgir junto das duas balizas, com destaque para desperdícios de Harder (0,24 xG) primeiro e Gyökeres (0,51) depois, já nos descontos. No derradeiro lance, Jason (0,44) também falhou um “penalti em movimento”, numa grande defesa de Rui Silva.
[ Sporting sempre no ataque, mesmo com 10 ]
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O Jogo em 5 Factos
1. No pódio dos jogos com mais remates
A loucura do jogo em Alvalade produziu futebol de ataque e muitos remates. Ao todo foram 36 (21 para os anfitriões, 15 para os visitantes), terceiro valor mais alto da Liga. Desses, 15 foram enquadrados, quarto registo da prova (sete para o Arouca, recorde da equipa).
2. Empate também nos xG
O Sporting dominou, é verdade, mas o seu balanceamento permitiu ao Arouca contra-atacar com muito perigo. Assim, as duas equipas criaram perigo semelhante, que bate certo com o resultado final. Ambas registaram 2,1 xG.
3. “Leão” mal nos cruzamentos
A formação de Alvalade bateu o seu recorde de cruzamentos de bola corrida na prova, nada menos que 27. Contudo, foi ineficaz em 24, segundo valor mais alto da Liga.
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4. Desinspirados no drible
O “leão” bem tentou o drible, concretamente 24 vezes, mas só completou cinco, novo mínimo (o anterior era sete).
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5. Sporting do fair-play
O jogo teve muita luta, “empate técnico” nos duelos, mas o Sporting conseguiu completar a partida com apenas seis faltas cometidas. O valor mais baixo do campeonato é cinco.
MVP GoalPoint: Viktor Gyökeres 
O sueco está limitado, não marcou, mas voltou a realizar uma grande exibição, sendo o melhor em campo em Alvalade. Gyökeres fez uma assistência, foi o mais rematador, com cinco disparos, três enquadrados, somou cinco passes para finalização, recebeu 15 passes progressivos (máximo), acumulou dez acções com bola na área contrária (valor mais elevado) e só não tem melhor nota porque falhou uma ocasião flagrante de 0,51 xG.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Sporting
Quenda 6.9
Um dos mais inconformados do Sporting. Quenda correu quilómetros, defendeu, transportou a bola e lutou. O extremo fez cinco passes para finalização e 11 cruzamentos de bola corrida, só que não foi eficaz em nenhum, ficando assim com o recorde de centros ineficazes na Liga (o que lhe afecta a nota, tal como as 27 perdas de posse, também máximo). Registou quatro conduções progressivas e três super progressivas, ganhou dez de 14 duelos e foi travado quatro vezes em falta.
Harder 6.8
Um poço de força e de entrega. O dinamarquês fez o 1-1 e enquadrou dois de quatro remates, tendo ainda criado duas ocasiões flagrantes e feito a assistência para o tento de Trincão. A ocasião flagrante falhada corta-lhe a nota.
Maxi Araújo 6.7
Um dos jogadores mais consistentes nos últimos tempos na equipa leonina. Maxi criou uma ocasião flagrante, somou quatro conduções progressivas e foi um “guerreiro” a defender, com destaque para cinco desarmes e quatro acções defensivas no meio-campo contrário (máximo). Foi o jogador que mais duelos disputou (19), vencendo dez.
Rui Silva 6.4
Um guarda-redes fazer um autogolo (sim, a culpa não foi bem dele) e ainda registar este rating é pouco habitual. Isto demonstra a qualidade da exibição de Rui Silva, que fez seis defesas, uma a travar uma ocasião flagrante, e evitou 1,5 golos (defesas – xSaves).
Trincão 6.4
O extremo tem sido a alma deste Sporting, apesar de, neste figurino como uma espécie de segundo ponta-de-lança, deambular por zonas com menos espaço para brilhar. Trincão fez o golo do empate final, rematou quatro vezes, fez dois passes para finalização e recebeu sete passes progressivos. Cometeu um erro que resultou em remate.
Debast 6.2
O belga entrou aos 11 minutos para a vaga do lesionado St. Juste e fez um bom jogo, com irrepreensível posicionamento a complicar o último passe das transições arouquenses. Debast acertou 88% dos passes que fez, perdeu apenas oito de 76 posses, recuperou seis e contabilizou sete acções defensivas.
Hjulmand 3.8
Jogo para esquecer do capitão leonino. Além de cometer uma grande penalidade, acabou expulso aos 62 minutos. Além disso ganhou apenas quatro de dez duelos e registou apenas duas acções defensivas. Há dias assim.
Destaques do Arouca
Tiago Esgaio 6.8
Quem anda atento aos nossos ratings não se espanta com a presença regular de Tiago Esgaio entre os melhores em campo e nos diversos “onzes”. O defesa foi o melhor do Arouca, com uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização, oito duelos ganhos em 13, quatro desarmes, bem como quatro duelos aéreos ofensivos ganhos em quatro e 11 alívios (ambos máximos).
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Taichi Fukui 6.5
Muito bem a ocupar os espaços entrelinhas, o que lhe permitiu conduzir diversos contra-ataques venenosos, porém, nem sempre decidiu da melhor forma. Destaque para duas conduções super progressivas, sete recuperações de posse, três desarmes e outras tantas intercepções.