Sporting 🆚 Arsenal | Leão segura “guns” e adia decisão

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Excelente jogo em Alvalade, a contar para a primeira mão dos oitavos-de-final da Liga Europa. O Sporting recebeu o Arsenal, líder da Premier League, e colocou-o em sentido, arrancando um empate 2-2 que, olhando para o segundo tento dos londrinos, acaba por deixar uma sensação de alguma injustiça, apesar do domínio territorial dos visitantes. Gonçalo Inácio e Paulinho fizeram os golos lusos, com os ingleses a marcarem por Saliba e através de um mui azarado autogolo de Morita.

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Ocasiões de parte a parte

Os ingleses assumiram maior iniciativa na posse de bola e ataque, mas a primeira ocasião pertenceu ao “leão”. Pedro Gonçalves (6′) fugiu pela esquerda, entrou na área, tirou William Saliba da frente, mas atirou ao lado quando tinha tudo para marcar. Porém, do outro lado a eficácia foi outra. Aos 22 minutos, o português Fábio Vieira, titular nos “gunners”, cobrou um canto da direita e Saliba, agora na outra área, saltou mais alto que todos para cabecear com sucesso.

Resposta a “papel químico”. O Sporting começou a pressionar e, aos 34 minutos, num canto da direita cobrado por Marcus Edwards, Gonçalo Inácio saltou mais alto que todos e empatou – naquele que foi o primeiro tento marcado pelo emblema de Alvalade ao Arsenal em jogos das provas europeias. Aos 39 foi a vez de Edwards rematar para grande defesa de Matt Turner e, aos 42, Granit Xhaka cabeceou, com Adán a defender com o pé em cima da linha de golo. O guardião não foi MVP da primeira parte por isso, mas ficou perto, logo atrás do líder Gonçalo Inácio, que registava um GoalPoint Rating de 6.9, pelo golo, dois remates enquadrados e uma ocasião flagrante criada.

A segunda metade começou com uma grande defesa de Adán, a negar o golo a Gabriel Martinelli. Na resposta, o Sporting colocou-se na frente do marcador. Pedro Gonçalves rematou, Matt Turner não conseguiu segurar e Paulinho, muito oportuno, empurrou para o fundo das redes. O Arsenal não se quis ficar e Martinelli, aos 59 minutos, isolou-se, passou Adán, mas St. Juste, muito rápido, recuperou terreno e fez um corte que foi festejado como se de um golo leonino se tratasse. Golo que quase aconteceu na resposta, mas Paulinho, isolado, atirou para a bancada.

O jogo estava intenso, empolgante e, num lance que deixou no ar uma sensação de injustiça, o Arsenal empatou, com muita sorte à mistura, num remate de Xhaka que ia para fora, mas embateu em Hidemasa Morita e enganou Adán. Um tento que marcou um período de maior domínio londrino, sempre com os “verdes-e-brancos” à espreita do ataque e com Adán a mostrar-se na baliza. E a verdade é que o Sporting não permitiu mais veleidades ao Arsenal. Tudo em aberto para a segunda mão.

[ O Arsenal esteve mais subido, mas nem por isso foi mais perigoso ]

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MVP GoalPoint: António Adán 👑

A época do guardião espanhol tem sido de altos e baixos, mas esta quinta-feira foi de altos. Perante a pressão arsenalista, Adán rubricou uma excelente exibição, arrancando um conjunto de excelentes defesas. Ao todo foram seis, três a remates na sua grande área, somando ainda duas saídas pelo solo eficazes, bem como três pelo ar certas, e evitou 0,8 golos (defesas – xSaves). Por tudo isto terminou com um excelente GoalPoint Rating de 7.8.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Sporting

Gonçalo Inácio 6.9

Belíssimo golo do central leonino, que teve peso ofensivo. Além do tento, rematou duas vezes, ambas enquadradas, e criou uma ocasião flagrante, além de um passe de ruptura. Inácio acumulou ainda seis recuperações de posse e outras tantas acções defensivas.

St. Juste 6.9

O “central de cristal” ainda assustou, mas recuperou de um toque que ameaçou a sua retirada de campo. O neerlandês fez três intercepções e, na retina, ficou aquele corte que negou o golo quase certo a Martinelli, na segunda parte.

Edwards 6.8

Muito mexido, o inglês, formado no rival do Arsenal, o Tottenham, fez uma assistência, para o 1-1, esteve no lance do 2-1 e terminou com duas ocasiões flagrantes criadas em três passes para finalização, um passe de ruptura e teve sucesso em três de seis tentativas de drible.

Esgaio 5.8

Titular perante a lesão de última hora do antigo “gunner” Bellerín, o ala leonino esteve relativamente bem, com dois passes para finalização e três intercepções. Porém, terminou com alguns números negativos, nomeadamente seis dribles consentidos, quatro deles no primeiro terço, ambos máximos.   

Diomande 5.6

Entrado para o derradeiro quarto-de-hora, o defesa fez dois desarmes e ainda subiu para ganhar os dois duelos aéreos ofensivos me que participou.

Trincão 5.5

Nota-se que procura recuperar os níveis de confiança – como Rúben Amorim já referiu -, algo que ficou expresso nas quatro tentativas de drible, todas com sucesso, mas falta-lhe afinar o passe, o “timing” das entregas e a qualidade nas decisões. 

Coates 5.4

O uruguaio viu amarelo na primeira parte e vai falhar, por castigo, a segunda mão, em Londres. O central somou um dos máximos de recuperações de posse (8) e ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que interveio.

Paulinho 4.8

Jogo estranho do atacante leonino. Paulinho marcou um excelente golo, pleno de oportunismo, ganhou dois de quatro duelos aéreos ofensivos, mas desperdiçou uma ocasião flagrante, falhou oito de 18 passes e sofreu dois desarmes.

Destaques do Arsenal

Saliba 7.3

Sólido, com dois duelos aéreos defensivos ganhos (todos), oito recuperações de posse e um corte decisivo, o francês marcou um golo, o primeiro do jogo, num belo golpe de cabeça, e terminou com o máximo de acções com bola do jogo (95) e de passes certos (78) e tentados (86).

Xhaka 6.8

O mais relevante do médio suíço foi mesmo o remate de sorte que desviou em Morita e fez o empate final. Contudo, Xhaka foi mais do que isso, tendo feito sete passes ofensivos valiosos (máximo) e um de ruptura, e ainda quatro desarmes, valor mais alto do desafio.

Fábio Vieira 6.2

Bom jogo do português ex-Porto, que fez a assistência para o 1-0 e recebeu 13 passes progressivos, máximo do jogo e mais oito que o segundo valor mais alto.

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.