Sporting 🆚 Benfica | Neves deixa águia a um ponto do título

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Final empolgante de dérbi. Sporting e Benfica realizaram uma partida de muita luta, nem sempre bem jogada, mas muito competitiva e com quatro golos. A igualdade final a duas bolas (o mesmo resultado da primeira volta) acaba por ser o reflexo do que se passou em Alvalade. O “leão” foi bem melhor que a “águia” na primeira parte, marcou dois golos sem resposta e não deu grandes veleidades. No segundo tempo os “encarnados” viraram o jogo, dominaram intensamente, em especial nos últimos minutos, e também marcaram por duas vezes sem resposta. Um desfecho que afasta em definitivo o Sporting do terceiro lugar e que deixa para a última jornada a decisão do título da Liga bwin.

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Empate assenta em jogo repartido

O Benfica entrou disposto a pressionar alto, mas o Sporting tinha a lição bem estudada, tirou o jogo da zona central, explorou as entrelinhas e as costas de João Neves, o médio mais recuado dos visitantes, e foi mais dominador. De tal forma que, aos 21 minutos, Ricardo Esgaio fugiu pela direita, cruzou e Pedro Gonçalves, na pequena área e sem ninguém pela frente, não conseguiu fazer a emenda – a fazer lembrar uma perdida de Bryan Ruiz há umas épocas. Um lance que tinha um Expected Goal (xG) de 0,74. A seguir foi Rafa, sozinho, a cabecear por cima (xG 0,54).

Aos 32 minutos, novo lance de perigo leonino, com Ricardo Esgaio a rematar forte para grande defesa de Vlachodimos. Os “encarnados”, por seu turno, não conseguiam sair com a bola em transições, algo que tranquilizava o futebol leonino. Era de esperar o golo do Sporting, que aconteceu aos 39 minutos. Trincão apareceu nas costas da defesa benfiquista, rematou, Vlachodimos não conseguiu segurar e o atacante acabou por finalizar com sucesso. E aos 44 o 2-0. Canto da esquerda de Nuno Santos e Diomande, mais forte que Grimaldo pelo ar, a cabecear com precisão.

O melhor ao descanso era Hidemasa Morita. O médio japonês registava um GoalPoint Rating de 7.0, com seis passes longos certos em sete, duas conduções super progressivas, quatro bloqueios de passe/cruzamento e um corte decisivo.

O cariz do jogo mudou no segundo tempo. Alexander Bah entrou ao intervalo para o lugar do apagado João Mário, subindo Aursnes para o meio-campo, e o norueguês esteve perto de marcar aos 57 minutos. Foi, aliás, um ameaço. Aos 71 minutos, numa jogada de insistência, Grimaldo cruzou da esquerda e Aursnes, de cabeça, fez o 2-1.

A pressão benfiquista abria corredores para contra-ataques leoninos, alguns bem perigosos, e aos 86 minutos, Paulinho isolou-se, mas não conseguiu bater Odysseas. Um lance que poderia ter fechado a questão do vencedor do encontro, mas não fechou e as “águias” acabaram por marcar. Já nos descontos, num lance muito confuso, e à segunda tentativa, João Neves fez o 2-2, naquele que foi o seu primeiro golo na equipa principal “encarnada”.

Um desfecho que garantiu desde já o terceiro lugar para o Braga, enquanto o Benfica deixa para a derradeira jornada a decisão do título, tendo agora mais dois pontos que o Porto.

[ Pressão benfiquista no segundo tempo patente nos posicionamentos médios ]

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MVP GoalPoint: Nicolás Otamendi 👑

Acabou o jogo de rastos. Grande jogo do capitão benfiquista, um jogador que nunca se entrega e mantém o espírito da equipa sempre focado. O argentino foi o melhor em campo no dérbi, com um GoalPoint Rating de 7.5. Além de ter ganho cinco de seis duelos aéreos, fixou o máximo de recuperações de posse (11) e incríveis 15 acções defensivas, com destaque para quatro desarmes e outras tantas intercepções. Na segunda parte subiu bastante e registou quatro acções defensivas no meio-campo contrário.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Sporting

Morita 7.0

Que grande jogo do japonês, que foi o melhor da primeira metade e manteve o nível na segunda. Nos 79 minutos que esteve em campo foi fundamental na ocupação dos espaços e a dar linhas de passe, muitas vezes entre a defesa e o meio-campo benfiquista. Acertou sete de nove passes longos, fez sete progressivos, quatro desarmes, registou cinco bloqueios de passe/cruzamento e fez um corte decisivo.

Esgaio 6.9

O ala leonino respira confiança. Sólido a defender, arrojado a atacar, criou uma ocasião flagrante desperdiçada de forma incrível por Pedro Gonçalves. Destaque para os sete desarmes que acumulou, o máximo da partida.

Ugarte 6.7

Muito lutou o uruguaio. Mais uma vez sem grande liberdade para atacar, falhou apenas quatro de 53 passes, somou (com Grimaldo) o máximo de acções com bola (85), completou as cinco tentativas de drible, acumulou oito recuperações de posse, seis desarmes, quatro bloqueios de remate (máximo) e quatro acções defensivas no meio-campo contrário.

Trincão 6.6

O atacante leonino está em forma e demonstrou-o na primeira parte, tendo sido o autor do primeiro golo do jogo. Foi o mais rematador da partida, com quatro disparos, três enquadrados, e realizou dois passes para finalização.

Bellerín 6.4

O espanhol entrou aos 72 minutos e esteve bem no jogo. Criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização, fez dois de ruptura e dois super progressivos.

Diomande 5.9

Estreia a marcar para o jovem central na Liga. Saltou mais alto que todos e cabeceou para um grande golo. Registo também para 11 acções defensivas, com destaque para três desarmes e um bloqueio de remate.

Gonçalo Inácio 5.7

Dono de nove acções defensivas e seis recuperações de posse, Inácio destacou-se com dez passes progressivos, máximo do jogo.

Destaques do Benfica

Grimaldo 7.3

Belíssimo jogo do espanhol, apesar de ter saído aos 86 minutos. Foi dele a assistência para o golo de Aursnes e Grimaldo terminou mesmo com três ocasiões flagrantes criadas em cinco passes para finalização, máximo do encontro. Além disso teve sucesso em quatro de sete cruzamentos de bola corrida, somou as tais 85 acções com bola, acumulou três passes super progressivos e outros tantos desarmes.

João Neves 6.8

O médio também se estreou a marcar pela equipa principal do Benfica, um tento fundamental que garantiu o empate 2-2. Neves enquadrou dois dos três remates que realizou, fez nove recuperações de posse, seis acções defensivas no meio-campo contrário e quatro bloqueios de passe.

Vlachodimos 6.1

O guardião do Benfica fez uma defesa de grande nível que negou o 3-1 (potencialmente decisivo) a Paulinho, bem dentro do segundo tempo. O grego fez cinco paradas, quatro a remates na sua área, três a disparos a curta distância.

Aursnes 6.0

O norueguês voltou a começar a lateral, mas na segunda parte passou para o meio-campo e o futebol do Benfica ganhou outra dimensão. Começou por desperdiçar uma ocasião flagrante, mas fez o golo que iniciou a reacção benfiquista. Enquadrou dois de três remates e somou sete recuperações de posse.

Musa 5.5

O croata entrou aos 66 minutos e agitou bastante o ataque benfiquista, criando muitos problemas à defesa leonina. Em meia parte somou seis acções com bola na área contrária, máximo do jogo com David Neres e Pedro Gonçalves (que jogaram toda a partida).

António Silva 5.4

Jogo de altos e baixos. Esteve mal no posicionamento, no lance do 1-0. Porém somou alguns números bem interessantes, como nove recuperações de posse, oito acções defensivas, entre elas um corte decisivo.

Gonçalo Ramos 5.2

Foi anulado pela defesa leonina. Ramos fez apenas dois remates, nenhum enquadrado, falhou três de nove passes, mas ganhou dois de quatro duelos aéreos ofensivos.

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.