Sporting 🆚 Juventus | Leão morre na praia e diz “ciao” ao sonho

-

FINITO! O Sporting despediu-se das lides europeias e não vai carimbar o acesso às meias-finais da edição desta temporada da Liga Europa. Depois do desaire em Turim, os “verdes-e-brancos” voltaram a superiorizar-se ao conjunto transalpino, principalmente na primeira parte e na recta final da segunda metade, mas pecaram novamente no momento da finalização, acabando por sucumbir ao pragmatismo dos “bianconeri”. Rabiot abriu a contagem e Marcus Edwards apontou o tento sportinguista.

GoalPoint-2023-04-20-Sporting-Juventus-Europa-League-202223-Ratings

Desinspiração ofensiva dita destino leonino

Alvalade ao rubro, como há muito não se via, e o espectáculo dentro das quatro linhas correspondeu às expectativas, com um guião semelhante ao que conduziu o desafio da primeira mão em Turim, desta feita com mais golos. A Juve abriu a contagem no primeiro remate enquadrado da noite, aproveitando uma má leitura dos defensores leoninos na sequência de um canto, finalizado por Rabiot. Os “leões” ainda tentavam descobrir a fórmula certa para anular o opositor, que vestia uma pele táctica camaleónica, oscilando entre o 1x4x3x3 (inesperado) e o 1x3x5x2 (no processo defensivo).

Ao minuto 18, Edwards fintou Alex Sandro, entrou na área, centrou, Trincão atirou ao poste e, na sequência do lance, Rabiot derrubou Ugarte. Grande penalidade assinalada, que Edwards concretizou de feição, empatou o “placard” e deixou a eliminatória ao rubro.

O Sporting assumiu as rédeas do encontro, impôs um ritmo alto, subiu o bloco, asfixiou a Juve com um futebol dinâmico, agressivo e envolvente e foi em busca do segundo tento para empatar a eliminatória. As tentativas foram-se sucedendo, por intermédio de Ugarte (25’), Diomande (35’) e de Nuno Santos (45’), porém, os transalpinos foram conseguindo aguentar a pressão até ao intervalo.

De volta após castigo, Ugarte encheu o campo e foi o melhor elemento na primeira metade, destacando-se com um remate, apenas dois passes falhados em 30 tentados (eficácia de 93%), 41 acções com a bola, cinco recuperações de posse, cinco acções defensivas e um GoalPoint Rating de 6.0.

A Juventus esteve na mó de cima no recomeço, quando começou a dominar os duelos e a ter superioridade na zona do meio-campo, e neste período rondou o 1-2 com duas excelentes ocasiões, ambas desperdiçadas por Vlahovic. O Sporting tardou em conseguir dar a volta à situação, mas voltou a crescer e, no tudo ou nada, voltou a ser traído pela falta de acerto na hora H, e foram três momentos claros que deixaram o palco de Alvalade com os nervos em franja.

Aos 75 minutos, Esgaio atirou por cima, aos 87, Coates – já a vestir a capa de ponta-de-lança – não fez melhor e falhou quando tinha tudo para empatar a eliminatória. No último assomo, Arthur Gomes fez a assistência, o capitão leonino desviou, mas Alex Sandro surgiu no momento certo para estragar a festa dos comandados de Rúben Amorim. Nas meias-finais, a Juve vai defrontar o Sevilha, carrasco do Manchester United.

[ O posicionamento médio do Sporting diz muito sobre a injustiça da eliminação ]

GoalPoint-2023-04-20-Sporting-Juventus-Europa-League-202223-pass-network

MVP GoalPoint: Alex Sandro 👑

Continua a jogar com enorme classe e categoria. Teve dificuldades iniciais em travar o virtuosismo de Edwards, mas com a passagem dos minutos foi acertando nas marcações e acabou por ser o salvador dos de Turim, com um corte salvador no último lance perigoso do encontro. O canhoto foi o MVP graças a uma assistência para o golo de Rabiot, seis passes progressivos, cinco acções com a bola dentro da área do Sporting, levou a melhor nos três duelos aéreos defensivos em que interveio e carimbou um total de 16 acções defensivas. A nota não foi ainda mais elevada devido às 12 vezes em que perdeu a posse e aos quatro dribles que concedeu. O defensor canarinho teve um GoalPoint Rating de 7.4.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Sporting

Ugarte 7.3

A presença do uruguaio é determinante para os “leões”. Além de estabilizar a equipa em termos defensivos, o médio permite que Morita se liberte para se juntar aos atacantes e que “Pote” actue mais próximo da baliza adversária. Na noite desta quinta-feira, Ugarte foi o pêndulo leonino com uma exibição acima da média e na qual contabilizou um remate, uma eficácia de 90% no capítulo dos passes, 87 acções com a bola, seis recuperações da posse, sete perdas da mesma e 14 acções defensivas, entre as quais oito desarmes, máximo do jogo.

Marcus Edwards 7.1

Foi o principal “abre latas” dos “leões”, assumiu as despesas do jogo e manteve a bitola ao longo de toda a partida, terminando com um golo, dois remates, seis cruzamentos, 11 acções com a bola na área contrária (máximo no duelo) e foi eficaz em incríveis 11 dos 15 dribles que tentou. A pecha foram as 21 vezes em que perdeu a posse do esférico.

Diomande 6.2

Ainda acusou algum nervosismo na fase inicial, mas foi subindo de produção. O costa-marfinense desperdiçou uma ocasião flagrante, falhou sete dos 70 passes que fez (eficácia de 91%), averbou 93 acções com a bola (máximo no jogo), recuperou a posse em oito ocasiões e gizou seis acções defensivas.

Morita 5.8

Ia entregando o ouro ao bandido num lance em que Vlahovic não conseguiu finalizar a preceito. Foi o erro mais flagrante do nipónico, que cresce de rendimento quanto tem Ugarte ao lado. Neste desafio registou seis recuperações de posse, nove perdas apenas em 45 posses, seis acções defensivas e bloqueou dois remates.

Gonçalo Inácio 5.7

Fez o primeiro remate da noite, anotou oito passes progressivos, 92 acções com a bola, 12 perdas da posse e sete acções defensivas.

Pedro Gonçalves 5.3

Mais próximo das zonas de finalização, tentou arriscar, mas não foi certeiro nos três remates que fez. Perdeu a posse por 20 vezes e realizou três cruzamentos, mas o ponto alto foi mesmo uma ocasião flagrante criada e os 11 passes progressivos recebidos (máximo).

Ricardo Esgaio 5.0

Poderia ter sido o herói aos 75 minutos, mas não calibrou a mira. Voluntarioso, mas nem sempre tomou as melhores decisões. Finalizou o encontro com quatro cruzamentos, foi eficaz em apenas um dos 13 dribles tentados, acumulou dez recuperações de posse e 14 perdas.

Trincão 4.8

Jogou com liberdade na frente de ataque, mas não conseguiu desequilibrar. Preencheu a folha de serviços com apenas 18 acções com a bola (três das quais no interior da área contrária) e nove perdas da posse.

Coates 4.8

O “bombeiro” foi novamente a solução de recurso para assegurar presença no ataque e a táctica poderia ter surtido efeito caso a eficácia tivesse sido outra nas duas ocasiões flagrantes que desperdiçou. Em termos defensivos assinou quatro acções.

Nuno Santos 4.6

Precipitado nas decisões, acabou por ter uma “performance” muito abaixo daquilo que tem apresentado esta temporada, com dois remates desenquadrados, nove cruzamentos mal medidos, 17 perdas da posse e duas acções defensivas.

Destaques da Juventus

Cuadrado 7.0

A ala direita ganhou vida com os raides do colombiano, responsável por um remate, uma ocasião flagrante criada, apenas dois passes falhados em 48 (eficácia de 96%), seis recuperações de posse e 10 acções defensivas.

Di María 6.0

A bola não chora na perna canhota do argentino, que esteve escondido na primeira parte, mas que subiu de tom nos últimos 50 minutos, fechando o jogo com dois remates, nove passes progressivos recebidos, cinco acções com a bola no interior da área sportinguista e foi eficaz em três dos quatro dribles que arriscou.

Dušan Vlahović 3.3

Está longe do fulgor que já apresentou. Desinspirado, preso de movimentos e perdulário. Teve a pior nota da noite graças à ocasião flagrante que falhou que tinha um Expected Goals (xG) de 0,8. Somou 20 acções com a bola (apenas duas na área contrária) e sete perdas da posse.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.