Porto 🆚 Sporting | “Viagem relâmpago” de Gyökeres salva leão

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Loucura nos últimos minutos deste “clássico”. O Porto chegou ao intervalo a ganhar por 2-0, graças a uma boa eficácia de Evanilson e Pepê, e também a alguns equívocos leoninos, o mais gritante a opção por Gonçalo Inácio a fazer o corredor esquerdo do Sporting. No segundo tempo, Rúben Amorim corrigiu, lançou Nuno Santos e Gyökeres – que começou a partida no banco devido a questões físicas – e o pendor da partida alterou-se, com o sueco a complicar a tarefa da defesa portista. No espaço de um minuto perto do fim, o avançado bisou e resgatou um ponto, que coloca a vantagem na liderança em cinco pontos.

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Gyökeres e Nuno Santos viraram o jogo

As duas equipas apresentaram algumas surpresas nos “onzes” iniciais. No Porto, destaque para Zé Pedro na vaga de Pepe e para o jovem latera-direito Martim Fernandes. No Sporting, a surpresa foi a colocação de Gonçalo Inácio a fazer o corredor esquerdo, com Gyökeres, que esteve em dúvida, a começar no banco.

O jogo começou com mais intensidade do lado do Porto e o primeiro tento não tardou. Mau jogo de Franco Israel com os pés, a bola acabou por chegar a Evanilson (7′), após passe de Pepê, e o atacante, perante o guardião leonino, não perdoou e chegou aos 12 golos na Liga. O “leão” pegou no jogo, mas sem a explosão e as diagonais de Gyökeres, o “dragão” sentia-se tranquilo em posição mais recuada, esvaziando de ideias o ataque leonino. Do outro lado, e um pouco ao contrário do que tem acontecido nesta Liga, a eficácia era outra e o 2-0 surgiu aos 41 minutos. Martim progrediu, flectiu e aproveitou-se da escorregadela de Hjulmand, assistindo depois Pepê na área para o golo. E o terceiro quase surgiu pouco depois, mas Franco Israel fez grande defesa a remate de Francisco Conceição.

O MVP ao intervalo era Pepê. O brasileiro costuma aparecer nos grandes jogos e voltou a fazê-lo, com um golo, uma assistência e um GoalPoint Rating de 6.8. O melhor “leão” era Trincão, com 5.7.

O Porto acalmou o seu jogo, sabendo que podia esperar pela iniciativa do Sporting. Os lisboetas sabiam da urgência em reagir e pegaram no jogo, lançando Gyökeres. A formação leonina conseguia agora ter mais bola no meio-campo contrário, em especial após a entrada de Nuno Santos para o flanco esquerdo, passando Inácio para central, mas o “dragão”, é sabido, sente-se bem na posição de expectativa e ia resolvendo as situações.

Porém, os derradeiros minutos foram loucos. No espaço de um minuto, o Sporting chegou ao empate. Primeiro, aos 87, Nuno Santos cruzou da esquerda e Gyökeres, sem marcação, cabeceou para o 1-0. E logo a seguir, aos 88, o sueco só teve de empurrar uma assistência de Edwards para deixar tudo igualado. Para coroar este período, o inglês viu o vermelho directo por agressão a Galeno.

Com este ponto resgatado numa “viagem relâmpago” de Gyökeres à baliza portista, o Sporting dá mais um passo rumo ao título, ficando com cinco pontos de vantagem sobre o Benfica, com nove por disputar.

[ O Sporting esteve mais subido no terreno, em especial na segunda parte ]

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MVP GoalPoint: Viktor Gyökeres 👑

A 12ª vez que Gyökeres foi MVP na Liga. Viktor começou no banco por precaução, o Sporting sentiu a sua ausência na primeira parte, mas na segunda entrou e o “leão” ganhou outra dimensão ofensiva. O sueco bisou no jogo, aos 87 e aos 88 minutos, nos dois únicos remates que realizou, recebeu oito passes progressivos e completou duas de cinco tentativas de drible. Terminou o jogo com um GoalPoint Rating de 7.1.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Porto

Evanilson 6.8

O brasileiro saiu aos 79 minutos, mas com tarefa cumprida. Marcou um golo, enquadrou dois de três remates, completou duas de três tentativas de drible e só falhou um de 16 passes. De negativo os três desarmes sofridos, máximo da partida.

Pepê 6.7

O brasileiro aparece nos grandes jogos e voltou a fazê-lo, tendo sido o melhor na primeira parte, altura em que o Porto estava por cima. Pepê fez uma assistência e um golo e completou duas de três tentativas de drible.

Martim Fernandes 6.6

Estreia na Liga e a titular pelo Porto para o jovem lateral de 18 anos, e a importância da ocasião não o afectou. O defesa esteve sempre tranquilo e concentrado e até soube lidar bem com as incursões de Gyökeres no seu flanco. Martim fez a assistência para o 2-0, teve sucesso naos dois cruzamentos de bola corrida, completou duas de três tentativas de drible e somou cinco acções defensivas.

Zé Pedro 5.7

Jogo positivo do central, que fez as vezes de Pepe, terminando com oito passes longos certos em 13 e quatro acções defensivas.

Galeno 5.6

Jogo esforçado do brasileiro, nem sempre bem conseguido. Ainda assim criou uma ocasião flagrante em três passes para finalização e não falhou nenhum dos 22 passes.

Francisco Conceição 4.2

A pior nota do clássico. Conceição criou problemas a Diomande, foi o mais rematador, com quatro disparos, dois enquadrados, o jogador com mais acções com bola na área contrária (7), mas teve alguns números menos bons. Só completou duas de seis tentativas de drible, perdeu 18 posses em 41, registou o valor mais alto de maus controlos de bola (4) e falhou duas ocasiões flagrantes.

Destaques do Sporting

Nuno Santos 6.6

A opção por Inácio a ala-esquerdo causou estranheza e a verdade é que o Sporting só começou verdadeiramente a carburar quando Nuno Santos entrou por volta da hora de jogo. Se antes tinha consentido dez remates, a partir daí o “leão” só permitiu mais um e fez cinco. O esquerdino teve um grande impacto no jogo, fez a assistência para o 2-1, somou três passes para finalização e dois cruzamentos eficazes em cinco.

Hjulmand 6.2

Escorregou no lance do 2-0, mas a infelicidade do dinamarquês não o afectou, terminando com dois passes para finalização, oito recuperações de posse (máximo) e também valores mais altos de desarmes (8) e acções defensivas no meio-campo contrário (5).

Gonçalo Inácio 5.9

Mais vítima da opção de Rúben Amorim do que réu, mas a verdade é que a sua participação como ala-esquerdo não correu bem, sendo incapaz de realizar transições defensivas rápidas. Melhorou quando voltou a jogar a central e terminou com 90 acções com bola (máximo), nove passes progressivos e três super progressivos (ambos valores mais altos), dois dribles eficazes em três e quatro desarmes. De negativo as 18 perdas de posse e os três dribles consentidos.

Trincão 5.7

Pareceu, a espaços, algo perdido sem a referência de ataque que é Gyökeres e sem espaços para brilhar. Ainda assim teve sucesso nas quatro tentativas de drible.

Coates 5.7

Bem no passe, com 72 certos em 80 (máximos), o central fez oito progressivos e três super progressivos e recuperou sete vezes a posse de bola.

Geny 5.5

Durante a primeira parte o Sporting praticamente só conseguiu atacar com qualidade pelo seu flanco. Ainda assim foi tímido o desempenho de Geny, cuja estatística mais relevante foram as cinco conduções progressivas, máximo do jogo.

Pedro Tudela
Pedro Tudelahttps://goalpoint.pt/
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.