Nacional 🆚 Benfica | Di María resolve problema com bis

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Custou, mas a “águia” lá acabou por resolver o assunto. Num jogo longe de brilhante, o Benfica dominou durante toda a partida, limitou as acções defensivas do Nacional e criou as principais situações de golo, que Lucas França foi resolvendo como pôde. Ángel Di María, com um bis, resolver a questão a uma equipa “encarnada” que aparenta cansaço. 

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Penálti desbloqueou questão

Sob a ameaça constante do nevoeiro, Nacional e Benfica conseguiram completar uma primeira metade pobre, mas que teve sempre sinal mais ofensivo por parte das “águias”, a dominar e a criar as melhores ocasiões da partida, terminando esta etapa inicial com muito mais bola, remates, enquadrados, acções na área contrária, enfim, uma superioridade a que faltava o golo, que Lucas França ia evitando.

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A superioridade do Benfica no segundo tempo ficou ainda mais evidente e Orkun Kökçü acertou com estrondo na barra num remate de fora da área. Até que Ulisses Rocha cortou a bola com o braço na área e Ángel Di María inaugurou o marcador de penálti, pouco antes da hora de jogo. Estava feito o mais difícil e, aos 74 minutos, o argentino bisou num remate enrolado. Triunfo natural do Benfica, mais ofensivo e perigoso, mas sem brilhar.

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[ Benfica com posicionamentos médios bem mais ofensivos ]

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O Jogo em 5 Factos

1. “Águia” anula insulares

Nos jogos contra os “grandes” é natural que as equipas de menor nomeada rematem pouco, mas o Benfica conseguiu mesmo limitar o Nacional a somente cinco remates, novo mínimo da formação insular neste campeonato (a média da equipa era de cerca de 14 por jogo).

2. Defesa benfiquista atenta

Dos cinco remates do Nacional nesta partida, os jogadores do Benfica conseguiram bloquear quatro, novo máximo dos “encarnados” na Liga. Otamendi (2), Tomás Araújo e Aursnes foram os protagonistas destes lances. 

3. Grande diferença de acções nas áreas

O domínio dos homens da Luz foi claro e isso mesmo vê-se também na facilidade com que entraram na área contrária e impediram que o mesmo acontecesse na de Trubin. Os “encarnados” somaram 40 acções na área adversária, o nacional somente cinco (novo mínimo dos insulares).

4. Muitas perdas de posse do Nacional

Um dos problemas dos homens da casa foi mesmo a grande quantidade de perdas de posse de bola no terço defensivo. Ao todo foram 19, novo valor mais elevado dos madeirenses, curiosamente com grande equilíbrio no número de perdas em relação aos corredores defensivos.

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5. Só deu Benfica desde os 55 minutos

Este é um facto que acaba por explicar um pouco o jogo. Mesmo antes do tento inaugural (59′), o Nacional realizou o seu último remate (55′). A partir dessa altura, a formação da casa como que desapareceu ofensivamente.

MVP GoalPoint: Ángel Di María 👑

A época prossegue com Di María a assumir regularmente o papel de salvador do Benfica, sendo um jogador de uma qualidade acima dos demais e com capacidade para decidir. O argentino bisou na partida na Choupana, um dos tentos de grande penalidade, enquadrou dois dos quatro remates que realizou, fez três passes para finalização, foi eficaz em três de seis cruzamentos de bola corrida, foi o jogador com mais acções com bola (79), 14 delas na área contrária (máximo), completou duas de quatro tentativas de drible, somou excelentes oito recuperações de posse e três acções defensivas no meio-campo contrário.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Nacional

Lucas França 7.3

O guardião brasileiro foi o melhor elemento do Nacional, acumulando uma série de grandes defesas que foram adiando o golo benfiquista. Ao todo foram cinco “paradas”, duas delas a travarem ocasiões flagrantes.

Zé Vítor 6.7

O também brasileiro Zé Vítor complicou muito a vida aos atacantes benfiquistas. O central ganhou dez de 13 duelos, três deles a Pavlidis (todos), venceu três de seis duelos aéreos, fez nove recuperações de posse (máximo) e 20 acções defensivas (valor mais elevado), com destaque para quatro desarmes, 11 alívios e dois bloqueios de remate.

Destaques do Benfica

Otamendi 7.2

Enorme ogo do central benfiquista. Otamendi foi um dos responsáveis pela nulidade nacionalista no ataque, tendo ganhou 12 dos 13 duelos individuais que disputou. Destaque ainda para cinco duelos aéreos defensivos ganhos em cinco e 14 acções defensivas, com realce para quatro desarmes e duas intercepções.  

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Florentino 6.5

Outra excelente exibição do “trinco” benfiquista. Florentino falhou somente quatro de 47 passes, ganhou dois de quatro duelos aéreos defensivos e fixou o máximo de desarmes (5).

Álvaro Carreras 6.3

O espanhol regressou à equipa e voltou a estar bem, com seis passes longos certos em oito, sete passes progressivos e três acções defensivas no meio-campo contrário.

Alexander Bah 6.2

Muito bem defensivamente, com cinco acções defensivas no meio-campo adversário e três desarmes, o lateral dinamarquês sofreu ainda duas faltas em zona de perigo e criou uma ocasião flagrante de golo.

Aktürkoğlu 6.1

O turco aparenta estar algo desgastado e sem a frescura mental do arranque da temporada. Ainda assim, Aktürkoğlu terminou com alguns números interessantes, nomeadamente cinco remates (máximo da partida), dois deles enquadrados, uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização, nove acções com bola na área contrária, duas conduções super progressivas, seis acções defensivas no meio-campo contrário (máximo) e cinco bloqueios de passe/cruzamento. A nota é afectada por duas flagrantes desperdiçadas.

Kökçü 6.0

O médio dá todo o ar de estar, novamente insatisfeito, pelo menos quando é substituído. Kökçü teve um jogo relativamente discreto, mas na retina ficaram uma ocasião flagrante criada e uma “bomba” à barra.

Pedro Tudela
Pedro Tudelahttps://goalpoint.pt/
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.