AFrança quase nunca esteve confortável, não teve arte e acerto para “matar” o jogo – Mbappé ainda deve estar a pensar como desperdiçou uma ocasião flagrante aos 55’ – e meteu-se a jeito para sofrer as consequências desse desacerto. Em dois momentos, Mike Maignan agigantou-se perante Baumgartner e segurou as pontas dos gauleses aos 35’ e 77’. O golo que decidiu a partida surgiu numa imprecisão de Max Wober, que ofereceu o triunfo aos franceses. Na fase final do encontro, Mbappé lesionou-se com aparente gravidade no nariz e teve de ser substituído…
Super Maignan e o pulmão de Kanté
Minutos após Mike Maignan ter feito uma defesa enorme que evitou o golo a Chris Baumgartner, chegou a punição para os austríacos… com um autogolo de Max Wober – infeliz ao cortar um lance com a chancela de Kylian Mbappé. Foi uma primeira parte intensa, com um maior pendor gaulês a marcar os primeiros 20’, a agressividade da pressão da “Wunderteam” equilibrou o duelo até que surgiu a infelicidade ao minuto 38’. Não faltaram oportunidades para os gauleses sentenciarem o jogo, que o digam Mbappé (55’), Koundé (66’) e Marcus Thuram (67’), mas a falta de precisão nos momentos de definição deixou tudo em aberto, Maignan voltou a ser decisivo quando voou e impediu que Baumgartner assinasse o empate e o omnipresente Kanté uniu as pontas e ajudou a segurar o magro triunfo. Ao décimo confronto oficial entre ambas as selecções, os gauleses passam a ter oito triunfos, registando-se ainda um empate e um triunfo austríaco.
[ Jogo equilibrado nos posicionamentos médios ]
O Jogo em 5 Factos
Agressividade austríaca – No mantra do “gegenpressing” de Ralf Rangnick a agressividade na recuperação da posse é lei e os jogadores austríacos seguiram-na à risca. A equipa acabou o duelo com 18 faltas cometidas e 27 desarmes realizados. Realce ainda para a pressão alta bem urdida – foram 19 as acções defensivas no meio-campo contrário face às 15 francesas.
Em sobressalto – Além dos nove desarmes consentidos, a França acumulou 13 passes de risco falhados na primeira metade, dez dos quais no terço defensivo. Dos 25 dribles tentados ao longo da partida, a França apenas acertou 12. Dembelé, por exemplo, foi feliz em apenas uma tentativa das cinco realizadas.
O pêndulo – Nicolas Seiwald encheu a zona central e carimbou 14 acções defensivas, entre as quais seis no meio-campo do adversário e oito desarmes (recorde na prova).
N’Golo Kanté – Em boa hora Deschamps convocou o médio que actualmente milita no Al-Ittihad Jeddah. Aos 33 anos continua a estar em todo o lado – ao minuto 85 fez uma recuperação de bola parecendo que o jogo tinha acabado de começar -, preencheu a folha de serviços com dois passes para remate, cinco passes progressivos, oito duelos vencidos, sete perdidos, seis recuperações de bola, 12 perdas e dez acções defensivas.
Sem deslumbrar – É dele o lance que redunda no autogolo decisivo, mas de Kylian Mbappé esperamos sempre mais qualquer coisa. Antes de ter saído lesionado (parece grave) acumulou quatro remates, uma ocasião flagrante desperdiçada – golos esperados (xG) de 0,76
-, dez passes progressivos recebidos, oito acções com a bola na área contrária (recorde), nove duelos conquistados, quatro perdidos e três dribles eficazes em seis tentados. Atingiu as dez perdas da posse.
MVP GoalPoint: Mike Maignan
Não teve muito trabalho, mas nas ocasiões em que foi chamado cantou de galo e salvou a selecção francesa com três intervenções, duas das quais travaram a festa contrária – 1,5 golos evitados (defesas – xSaves). Contabilizou ainda uma saída pelo ar eficaz e acertou seis dos 11 passes longos tentados. O “redes” do AC Milan foi o MVP com um GoalPoint Rating de 7.8.