Check-up à 1ª volta 23/24 de Sporting, Benfica e Porto

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A primeira volta da Liga 23/24 mal terminou e já vem aí a segunda, com arranque antecipado. A margem é curta para balanços minuciosos e fica sempre melhor descobrir o que interessa no menor tempo (e verbo) possível. Avançamos por isso com um “check-up” curto, mas original, ao desempenho dos três principais candidatos ao título: como se compara a primeira volta de Sporting, Benfica e Porto face ao que fizeram, no mesmo período, no último ano em que foram campeões nacionais? Eis os curiosos resultados.

Sporting: “leão” matador, mas frágil entre os postes

O Sporting lidera a Liga e tem razões para encarar o futuro com optimismo. A turma de Rúben Amorim é o candidato não só mais goleador (40 golos) como, sobretudo, o mais (aliás único) realmente eficaz diante da baliza, facto ao qual não é alheio o “furacão” Gyökeres, entretanto eleito MVP GoalPoint da primeira volta. O Sporting leva mais cinco golos marcados do que os Golos Esperados que criou (35, mais dois do que em 20/21), um desempenho ainda mais generoso do que o que protagonizou na primeira volta da caminhada rumo ao título.

As razões para alerta surgem na fase defensiva, sobretudo relembrando o velho ditado que diz que é a defender bem que se ganham campeonatos. Os “verde-e-brancos” até melhoraram defensivamente face à época passada, sendo a equipa que menos Golos Esperados Contra permitiu na Liga (14, ainda assim um registo “três golos” acima da época do último título), mas apresentam o registo mais preocupante na hora de contabilizar as bolas que bateram no fundo das suas redes. Adán sofreu mais três golos do que seria expectável (face aos xG permitidos pelos colegas), num desempenho inverso à sua primeira volta ao serviço do Sporting, que os “leões” terminaram com um saldo positivo de menos dois golos sofridos face às probabilidades.

Benfica: “águia” menos fulgurante mas “Trubinada”

A bitola da época passada é exigente para um Benfica campeão, sobretudo a da primeira volta, bem mais impressionante do que a segunda, na caminhada para o Marquês. A verdade é que o Benfica tem apenas menos dois pontos do que aqueles com que terminou a primeira etapa 22/23, mas os sinais de quebra, tanto ofensiva como defensiva, surgem nos restantes indicadores

No plano ofensivo os “encarnados” não só criaram menos sete golos esperados, como agravam essa quebra com algum desperdício, devendo a si próprios quatro tentos face aos Golos Esperados associados às situações de remate que criaram. O Benfica criou assim menos e conseguiu piorar na concretização, um factor no qual não tinha já um aproveitamento positivo há um ano.

Defensivamente o cenário é o inverso do Sporting. O Benfica está mais permeável defensivamente, com os 17 Golos Esperados contra a representarem um agravamento em oito face à época passada. No entanto, a chegada de Trubin atenuou muito esta debilidade, com o ucraniano a ser figura principal no facto de o campeão nacional ter sofrido menos seis golos do que seria suposto até agora, quando há um ano fechou a primeira volta com mais um tento sofrido do que o esperado, com Vlachodimos entre os postes.

Porto: prognóstico reservado em toda a linha (menos Diogo Costa)

O comparativo da primeira volta do FC Porto face ao que fez em 2021/22, ano do último título, é o mais impactante pela negativa. Os “dragões” entraram em campo frente ao Braga, na última jornada da primeira etapa, com pouco mais de metade dos golos marcados do que os “arsenalistas”, facto que só por si já dá conta da queda brutal de rendimento dos “azuis-e-brancos” face à sua última melhor Liga.

Os homens de Sérgio Conceição criaram menos nove Golos Esperados do que na primeira volta de referência e passaram de um passado de “superavit” de aproveitamento ofensivo em 21/22 (mais sete golos marcados do que o esperado) para um presente perdulário (menos três golos marcados face ao previsto). São nada menos do que 19(!) golos portistas a menos, no comparativo com a última época de título.

No plano defensivo o desempenho não é tão negativo, sobretudo tendo em conta as lesões e casos vividos pelo Porto no sector. O FCP tem o terceiro melhor registo da Liga no que toca a Golos Esperados permitidos (16, um a menos que o Benfica), ainda que esse resultado seja também pior (em quatro golos previstos) do que que em 2021/22. A melhor notícia para os “dragões” reside, tal como sucede com as “águias”, entre os postes, onde ambos parecem apresentar soluções “de campeão”, ao contrário do Sporting. Diogo Costa é o grande responsável pelos menos quatro golos sofridos face ao esperado, um desempenho até melhor do que o do último Porto campeão.

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