Emoção não faltou neste jogo na Reboleira, com cinco golos e incerteza no resultado até final. A primeira parte foi interessante, bem jogada, mas a segunda teve tudo menos qualidade, com jogadas estranhas, muita bola pelo ar e duelos individuais. Fica o resultado, com os “encarnados” a marcarem três golos, mas a cometerem alguns erros que deram ao Estrela a possibilidade de se manter na discussão dos pontos até ao derradeiro apito. Sinal de alarme com nova lesão de Di María.
Valeu pela primeira parte
Que primeira parte animada. O Benfica entrou de rompante e marcou dois golos nos dez primeiros minutos, por Otamendi e Pavlidis, este com ajuda decisiva de Issiar Dramé. Os “encarnados” progrediam e trocavam a bola sem grande pressão contrária, mas o Estrela empatou por Diogo Travassos, num remate que desviou em Otamendi e traiu Trubin. Contudo, a instabilidade defensiva dos homens da Reboleira permitiu a Manu Silva, em estreia a titular, assistir Pavlidis para o bis do grego. O Benfica fez três golos em três remates enquadrados, dando expressão ao seu domínio.
A segunda parte não teve metade da qualidade da primeira. Muito jogo aos repelões, bolas pelo alto, poucas ideias, organização e caos instalado. O único golo nesta fase pertenceu a Chico Banza, após um passe mal medido de Trubin que obrigou Pavlidis a errar. Até final os “encarnados” poderiam ter dilatado de grande penalidade, mas Arthur Cabral permitiu a defesa a Marko Gudžulić. Realce na etapa complementar para uma aparente lesão muscular de Di María, que teve de ser substituído aos 69 minutos.
[ Equilíbrio nos posicionamentos médios ]
[ A análise de Bruno Francisco à sofrida vitória do Benfica ]
O Jogo em 5 Factos
1. “Águia” alérgica a cruzamentos
Num jogo de combinações ofensivas, muitas pelo meio, e algo caótico no segundo tempo, de realçar o número anormalmente baixo de cruzamentos de bola corrida por parte do Benfica. As “águias” chegaram a este jogo com uma média de 16 centros por jogo, mas fixou o seu novo mínimo na competição: três.
2. Estrela sem cantos
O Benfica conseguiu limitar muito o jogo ofensivo do Estrela, tirando os dois lances dos golos. A verdade é que os amadorenses terminaram a partida sem qualquer pontapé de canto.
3. Mais Benfica na área
Esta estatística não surpreende geralmente nos jogos dos “grandes”, mas é quase sempre um explicador da tendência de uma partida. O Benfica somou 21 acções com bola na área contrária, mais 13 do que os homens da casa.
4. “Águia” dominou pelos ares
Tanto nos momentos defensivos como ofensivos, os “encarnados” estiveram bem melhor nos duelos aéreos. Em seis defensivos ganharam 67% e em 16 ofensivos levaram a melhor em 62%.
5. Visitantes com mais flagrantes
No final a diferença entre as duas equipas era clara no número de ocasiões flagrantes criadas. O Estrela somou uma (que deu golo), o Benfica usufruiu de cinco, tendo desperdiçado três, duas por Arthur Cabral.
MVP GoalPoint: Marko Gudžulić
O guarda-redes sérvio só na parte final do jogo ultrapassou “ao sprint” a concorrência nos ratings, muito por culpa da grande penalidade que defendeu a remate de Arthur Cabral. Gudžulić terminou a partida com cinco defesas, uma a travar uma ocasião flagrante.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Estrela
Diogo Travassos 6.9
Travassos “tocou violino” no flanco direito do Estrela. Além do golo que marcou, Diogo completou duas das três tentativas de drible, recuperou sete vezes a posse e realizou três intercepções. A nota teria sido mais elevada não fossem as quatro perdas de posse no primeiro terço.
Ferro 5.9
Bom jogo do antigo central benfiquista, com excepção para o capítulo do passe, tendo falhado dez de 29, incluindo três de risco. Ferro acumulou o máximo de acções defensivas (16), com destaque para cinco desarmes e seis intercepções (máximo), tendo mesmo realizado um corte decisivo.
Destaques do Benfica
Manu Silva 6.8
Já no Vitória o médio somava exibições de MVP umas atrás das outras. Na Reboleira estreou-se a titular e foi pela primeira vez o melhor elemento dos “encarnados”, com uma assistência, 11 duelos ganhos em 16 e seis desarmes, ambos máximos do encontro. Foi o segundo jogador com mais acções defensivas (10).
Otamendi 6.6
A constante voz de comando. O argentino abriu o activo bem cedo e foi um baluarte defensivo. Foi o jogador com mais acções com bola (71) e contabilizou três acções defensivas no meio-campo contrário.
Carreras 6.3
O espanhol não deslumbrou, mas foi de grande consistência, com cinco recuperações de posse e sete acções defensivas, com destaque para três desarmes.
António Silva 5.8
O central não teve uma noite fácil, mas foi controlando a sua área de acção, registando quatro desarmes.
Pavlidis 5.7
O grego parece estar a reconciliar-se finalmente (e de forma consistente) com os golos. Bisou nesta partida, o segundo de grande qualidade, enquadrou dois de quatro remates e fez uma assistência, tendo ganho três de cinco duelos aéreos ofensivos. Nota baixa? O passe mal medido de Trubin acabou por lhe “atribuir” um erro resultante em golo adversário.
Di María 5.4
Este jogo foi mais de preocupação para os benfiquistas, dada a lesão muscular que o obrigou a sair aos 69 minutos. Ainda assim o argentino fez uma assistência e recebeu nove passes progressivos.