Liechtenstein 🆚 Portugal | CR7 e Cancelo abrem cofre nos Alpes

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PORTUGAL soma e segue rumo ao EURO 2024. Com o passaporte para a Alemanha já carimbado, a turma nacional derrotou o Liechtenstein por 2-0, numa exibição “pobrezinha”, que apenas foi maquilhada no recomeço da etapa final, quando Cristiano Ronaldo e João Cancelo derrubaram o muro contrário e escancaram nos Alpes o cofre dos milionários. Roberto Martínez improvisou, apostou num sistema “mega” ofensivo, mas a turma lusa não teve uma noite feliz, pecando na lentidão de processos e na pouca imaginação que colocou no relvado. O duelo fica ainda marcado pelas estreias absolutas de José Sá, Toti Gomes e de João Mário. Bruma voltou a ser utilizado e entrou aos 67’.

Não houve goleada na visita a Vaduz

Lento, previsível e sem imaginação. Portugal não se exibiu da melhor forma em Vaduz e foi para o intervalo a empatar a zero frente ao Liechtenstein, que apenas na deslocação ao Luxemburgo tinha chegado ao descanso sem consentir golos.

Roberto Martínez, que promoveu as estreias absolutas de José Sá e de Toti Gomes, desenhou um sistema táctico muito ofensivo, um 1x3x4x3 maleável e dinâmico a atacar e no momento defensivo organizava-se com quatro elementos, Toti deslocava-se para a lateral-esquerda, Cancelo fechava o corredor oposto e a dupla de centrais era formada por António Silva e Rúben Neves, mas nem assim a turma nacional conseguiu asfixiar o opositor e apenas conseguiu criar situações de perigo aos soluços, a mais flagrante ocorreu à meia-hora, altura em que Gonçalo Ramos, sem oposição, cabeceou ao lado. João Cancelo era a unidade com melhor nota no final do primeiro tempo, fruto de dois remates, uma ocasião flagrante criada, dois cruzamentos eficazes em três tentados e um GoalPoint Rating de 7.6.

O intervalo fez bem aos lusos, que retomaram a partida mais com um novo chip, circulando a bola de forma mais veloz e objectiva. Logo aos 18 segundos, Cristiano Ronaldo atirou ao poste. Instantes depois, o capitão voltou à carga e desta feita não vacilou e abriu a contagem, finalizando um excelente lance que ainda contou com as participações de João Félix (no lançamento) e de Diogo Jota (na assistência). 11 minutos volvidos, João Cancelo aproveitou uma má abordagem do guarda-redes Büchel e dilatou a vantagem.

Portugal foi gerindo a almofada de dois golos, ainda viu João Félix (70’) e Gonçalo Ramos (82’) festejarem o terceiro, mas ambas as jogadas foram anuladas por fora-de-jogo, Ricardo Horta, Bruma, Vitinha e João Neves ganharam mais minutos e João Mário estreou-se na selecção principal aos 23 anos. Longe de ser brilhante, Portugal superou a prova dos nove em Vaduz e atingiu o pleno com nove triunfos em nove jornadas neste grupo J, somando ainda com 34 “tiros certeiros” e apenas dois consentidos. Em sentido inverso, a equipa de Konrad Fünfstück soma por derrotas os jogos nesta fase de apuramento, já sofreu 27 golos e marcou apenas um, a última vitória do Liechtenstein foi há três anos em Outubro de 2020, diante do Luxemburgo por 1-2, num jogo de preparação.  

[ O mapa de posicionamento médio e tendências de passe ilustra o “acampamento” ofensivo luso em Vaduz ]

MVP GoalPoint: João Cancelo 👑

Noite para mais tarde recordar, e a destoar da mediania. João Cancelo já tinha sido o melhor na primeira parte e manteve o nível na parte final. Sempre em alta rotação, o ala teve apenas a preocupação de atacar e foi assim que surgiu de forma constante no ataque, quase sempre criando perigo. Finalizou o duelo com cinco remates (dois enquadrados e um golo), criou uma ocasião flagrante de golo, foi eficaz em quatro dos cinco cruzamentos realizados, chegou aos seis passes progressivos, 133 acções com a bola (máximo da noite), coleccionou nove acções com a bola na área adversária, venceu 14 duelos, perdeu seis e falhou apenas um dos nove dribles que arriscou. Com o “tento” desta noite atingiu a marca dos dez com as cores nacionais e está a apenas um de Bruno Alves, o defesa mais goleador ao serviço da selecção. O MVP teve um superlativo GoalPoint Rating de 9.7.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Liechtenstein

Andreas Malin 5.7

O central de 29 anos foi o melhor elemento da selecção anfitriã, destacando-se com 13 acções defensivas, entre as quais nove alívios.

Benjamin Büchel 5.2

Apesar do maior ascendente, Portugal não “massacrou”, ainda assim, o guarda-redes foi obrigado a mostrar serviço com cinco defesas. 

Destaques de Portugal

Cristiano Ronaldo 7.0

Fez de tudo para marcar e conseguiu. No total, foram 12 os remates – recorde neste apuramento – (três enquadrados) e um golo – apanhou Lukaku no topo dos goleadores com dez “tentos”. Recebeu, ainda, nove passes progressivos e chegou às nove acções com a bola na área contrária.

Toti Gomes 6.6

Boa partida do defensor, naquela que foi a sua estreia com as cores da selecção A. Com a bola nos pés, teve uma eficácia de 96% (quatro passes falhados em 111), foi o rei dos passes progressivos com dez carimbados, 121 acções com a bola, oito recuperações de bola e bateu o recorde de passes verticais (52) neste apuramento.

Rúben Neves 6.6

Era médio quando Portugal atacava e central no processo defensivo. Foi determinante aos 60′ quando afastou um lance de Salanovic. Foi ainda o autor do primeiro remate perigoso da noite, acertou 12 dos 14 passes longos que arriscou e acumulou 11 recuperações de bola (máximo na partida).

António Silva 6.6

Jogou de forma simples e eficaz. Assistiu Cancelo para o 0-2, gizou oito passes progressivos e dez recuperações de bola.

João Félix 6.5

Muito escondido na primeira parte, ressurgiu na segunda metade e deu outra vida ao ataque com quatro remates, sete passes progressivos e 90 acções com a bola (oito na área adversária).

Diogo Jota 6.4

Mais solto no reatamento, é dele a assistência para o golo inaugural. Realizou quatro passes para remate, venceu seis duelos, perdeu sete e foi eficaz em dois dos cinco dribles tentados.

Vitinha 6.0

Lançado aos 67′, imprimiu outra velocidade na zona central, acções sublinhadas com quatro passes para remate, não falhou nenhum passe em 38 tentados e chegou às 45 acções com a bola.

Bruno Fernandes 6.0

Tem sido a peça mais cintilante de Portugal nesta fase de apuramento. Nesta noite, esteve mais afastado da baliza, ainda assim tentou deixar a marca dele com um remate, quatro centro (um eficaz), cinco passes longos eficazes e 21 perdas de bola.

José Sá 5.5

Um dos estreantes da noite não teve muito trabalho, mas na única vez que foi chamado a intervir, foi fulcral e impediu que Dennis Salanović marcasse, aos 61 minutos, foi ainda eficaz em 13 dos 14 passes que fez.

Bruma 5.0

Tentou dinamizar o corredor esquerdo com três centros (um eficaz), cinco tabelas com progressão, apenas um passe falhado em 33 realizados e foi eficaz em dois dos cinco dribles que arriscou.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.