Falta pouco mais de um ano para a disputa do Campeonato do Mundo do Catar 2022 e já é possível fazer algumas previsões a respeito de quem chegará com força na disputa. Selecções como França, Portugal, Brasil e Bélgica certamente já eram apontadas entre as principais favoritas ao título mais cobiçado do futebol mundial, mas a Euro 2020 e da Copa América 2021 trouxeram novos candidatos à taça.
Ambos os torneios foram vencidos por selecções que não conquistavam toféus há algum tempo. Na Euro, a Itália ficou com o título do continente após 53 anos, encerrando também um jejum de 15 anos sem qualquer conquista, já que a última havia sido o Mundial de 2006, na Alemanha. Já a Argentina foi campeã da Copa América depois de 28 anos, dando a Lionel Messi sua primeira taça internacional, como sénior.
Porque pode a Itália sagrar-se campeã do mundo?
Não é apenas o título da Euro que credencia a selecção italiana à conquista do mundo no Catar. Vale lembrar que desde que assumiu a equipa após o fracasso da Itália em sequer se classificar ao Mundial da Rússia, em 2018, o treinador Roberto Mancini ainda não perdeu: são mais de 30 partidas de invencibilidade.
Se em outros tempos a Azzurra ficou conhecida por sua consistência defensiva, o ataque chamou muito a atenção neste Europeu. De acordo com estatísticas levantadas pelo sitesdeapostas.bet durante toda a competição, os italianos encerraram o torneio com uma média de 1.8 golo por partida. Se considerarmos as últimas 15 partidas, a Itália anotou uma média ainda maior: 2.4, enquanto a defesa concedeu apenas 0.2.
Embora não tenha nenhum craque de nível internacional, como Brasil, França ou Bélgica, a Itália se mostrou competitiva em todos os setores do relvado: um guarda-redes jovem e eficiente, uma defesa sólida – embora a idade seja avançada –, um meio combativo na marcação e competente na criação (com destaque para Jorginho, eleito um dos melhores da posição na competição e candidato à Bola de Ouro) e uma trinca entrosada com Lorenzo Insigne, Federico Chiesa e Ciro Immobile na frente. No mínimo, a garantia de uma boa campanha no Catar.
Argentina de regresso à glória?
A Argentina chegará ao Mundial, acima de tudo, mais “leve”: afinal, encerrou uma série de quase 30 anos sem qualquer conquista. Além disso, conta com Lionel Messi, que segue jogando em nível extraordinário mesmo aos 34 anos e pode disputar seu último Campeonato do Mundo em 2022 – embora haja motivos para crer que o avançado estará também, pelo menos, no Mundial de 2026, quando terá 39 anos.
Mas não se trata apenas de Messi. A selecção argentina venceu a Copa América com um golo anotado pelo eficaz Angel Di Maria, com uma partida fenomenal do jovem médio Rodrigo De Paul. Isso sem falar em Lautaro Martinez e Sergio Aguero, que adicionam poder de fogo ao ataque argentino, além de Giovani Lo Celso, Leandro Paredes, Papu Gómez e outros.
A grande preocupação segue sendo a defesa, que não inspira muita confiança. Porém, foram apenas 3 golos sofridos na competição, muito graças ao bom guarda-redes Emiliano Martínez. É verdade que o nível competitivo do Mundial é muito maior que o da Copa América, mas não é um absurdo colocar a Argentina entre as favoritas ao título, embora não seja a maior delas.
Inglaterra e Espanha, a manter debaixo de olho
Por muito pouco a Inglaterra não conquistou seu primeiro Euro, perdendo a decisão em casa. Acontece que a última equipa que passou por isso acabou consagrada no Mundial seguinte – a França, em 2018.
Existem muitas bases de comparação, já que os ingleses contam com a geração mais talentosa em muitos anos, ou até mesmo de sempre: nomes como Mason Mount, Phil Foden, Trent Alexander-Arnold, Jadon Sacho, Jude Bellingham, Kalvin Phillips, Marcus Rashford e Bukayo Saka são esperança de uma campanha vitoriosa em 2022, sob a liderança de Harry Kane e Raheem Sterling. A “selecção dos três leões” foi quarta colocada em 2018 e pode ir ainda mais longe, daqui a um ano.
Quem também merece atenção é a Espanha de Luís Henrique. É verdade que a “Fúria” decepcionou na fase de grupos, mas mostrou força nos confrontos decisivos. Na meia-final, contra a Itália, jogou melhor nos 120 minutos, embora tenha saído derrotada nas penalidades. A equipa também conta com jovens de valor, como Pedri, Mikel Oyarzabal, Ferran Torres e Dani Olmo, que devem seguir evoluindo. O problema é a definição de jogadas, já que Álvaro Morata não inspira confiança, e tampouco seus substitutos na função.
Outras selecções que podem incomodar em 2022 são Dinamarca e Holanda. Os dinamarqueses foram até a meia-final mesmo sem o principal jogador, Christian Eriksen. A Holanda ficou-se pelos oitavos, por conta de uma expulsão contra a República Checa que colocou tudo a perder, mas tem uma equipa envolvente e ainda terá o reforço do central Virgil Van Djik, o melhor do mundo até ao momento da sua lesão.
Por outro lado, outras selecções parecem perder força. A França ainda é apontada nas casas de apostas como principal favorita ao título no Catar, mas venceu apenas 1 de 4 partidas no Europeu e decepcionou adeptos e crítica. Segundo maior favorito nas cotações, o Brasil também não mostrou seu melhor futebol em casa na Copa América. A Alemanha vive péssimo momento e passará por um processo de troca de treinador que pode ser benéfica, mas também pode levar algum tempo para dar resultado.
E os lusos? Portugal também fez uma campanha abaixo do esperado na Euro e caiu alguns degraus. Os questionamentos sobre Fernando Santos tendem a aumentar – afinal, ele tem em mãos talvez a geração portuguesa mais talentosa, além de um líder nato como Cristiano Ronaldo. Precisa, portanto, fazer mais em 2022.