Porto 🆚 Antwerp | “Dragão” volta a voar sob liderança de Pepe

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APÓS o desaire sofrido ante o Estoril, o FC Porto voltou às vitórias na recepção ao Antwerp e Sérgio Conceição já poderá levantar a cabeça. Muito perdulários, os “azuis-e-brancos” apenas no período de compensações dissiparam quaisquer dúvidas relativamente a quem levaria os três pontos. Pepe foi o autor do segundo tento – tornando-se no mais velho a marcar na Champions – e dilatou uma vantagem que tinha começado na etapa primeira nos pés de Evanilson. Nos minutos iniciais da segunda metade, Ekkelenkamp foi expulso, deixando os belgas reduzidos a dez elementos. Com este resultado, o emblema da Invicta passa a somar os mesmos nove pontos do que o Barcelona – perdeu diante do Shakhtar –, transformando o próximo duelo ante os “culés” numa espécie de final. Os ucranianos somam seis pontos e os belgas zero.

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“Cota” Pepe segurou as pontas

Da marca dos 11 metros, Evanilson não vacilou e abriu a contagem ao minuto 32. O lance nasceu após Kerk ter derrubado Stephan Eustaquio – foi a segunda grande penalidade consecutiva que o canadiano sofreu. Nos primeiros 47 minutos, os “azuis-e-brancos” não foram avassaladores, mas estiveram quase sempre na mó de cima do duelo, criando perigo principalmente através da asa esquerda com Zaidu (não era utilizado desde 19 de Setembro aquando do triunfo ante Shakhtar) e Pepê.

Antes da finalização certeira, Evanilson já tinha desperdiçada uma ocasião soberana (14’) e, em cima do descanso, Taremi atirou às malhas laterais. O único sinal de vida dos belgas ocorreu logo aos sete minutos por intermédio de Michel Balikwisha. Ao intervalo, Eustaquio era o MVP com um GoalPoint Rating de 6.4, ele que, além da falta que sofreu e que esteve na génese do único tento na primeira metade, contabilizou três passes progressivos e seis recuperações de posse.

Uma entrada imprudente de Ekkelenkamp sobre Zaidu deixou os campeões belgas reduzidos a dez elementos, mas nem assim o FC Porto conseguiu asfixiar o opositor e ainda sofreu alguns calafrios nas tentativas de contragolpe que consentia, fruto da pouca agressividade sempre que não tinha a bola e da falta de criatividade para ultrapassar o bloco contrário. A circulação do “esférico” era feita de forma denunciada e lenta, com muitos passes para o lado e para trás e não havia nenhum raide individual que tivesse o condão de aquecer os 44.830 espectadores que se deslocaram ao Dragão na noite desta terça-feira.

Nos últimos 15 minutos, a equipa lusa voltou a acordar e criou boas situações de perigo, assim como apanhou dois enormes calafrios. Evanilson (73’), André Franco (76’) e Pepê (87’) não encontraram o caminho do golo, do lado do Antwerp, Muja poderia ter sido o herói, mas não logrou acertar com o alvo, primeiro por “culpa” de Alan Varela (81’) e do desacerto que teve mais tarde quando surgiu isolado na cara de Diogo Costa. Com o “placard” em aberto, o capitão Pepe deu a melhor sequência a um centro de Francisco Conceição e assegurou o triunfo dos portistas, o terceiro em quatro jornadas.

O defensor tornou-se no jogador mais velho a apontar um golo na prova milionária. Já os campeões belgas somam por derrotas os encontros neste Grupo H, deixaram de ter quaisquer hipóteses de seguir para os oitavos-de-final e já consentiram 14 golos.

[ Pepe (3) e Varela (22) trocaram entre si 55 passes ]

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MVP GoalPoint: Pepe 👑

O capitão regressou aos golos, algo que não ocorria desde Abril do ano passado e voltou a fazer história, tornando-se do jogador mais “cota” a marcar numa partida da Liga dos Campeões. Na juventude dos seus 40 anos, o internacional luso esteve em foco e foi o MVP, numa “performance” marcada por sete recuperações de posse, três acções defensivas, uma eficácia de 90% no capítulo do passe, 111 acções com a bola e seis passes progressivos. Por tudo isto teve um GoalPoint Rating de 7.5.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Porto

Stephen Eustaquio 6.9

Tem sido um dos esteios da equipa esta época e voltou a demonstrá-lo, surgindo em zonas de finalização – sofreu a falta que resultou no 1-0 – e manteve a regularidade com um passe para remate, sete passes progressivos, seis recuperações de posse, outras tantas perdas e quatro acções defensivas.

João Mário 6.9

De volta ao corredor direito, foi um dos mais inconformados, num desempenho em que criou uma ocasião flagrante de golo, dois passes para remate, quatro cruzamentos (dois eficazes), dez passes progressivos (máximo da noite), venceu 13 duelos, perdeu cinco, carimbou seis conduções progressivas e quatro recuperações de posse. As 14 perdas de bola acabam por penalizar-lhe a nota final.

Evanilson 6.4

Dois jogos e quatro golos apontados ao Antwerp. O brasileiro desperdiçou a primeira ocasião da noite, não tremeu da marca de grande penalidade e na segunda parte não conseguiu bisar. Além dos três remates, acumulou sete acções com a bola na área contrária, venceu sete duelos e também perdeu sete.

André Franco 6.2

Lançado no “onze”, tentou “fazer de Otávio”, cumpriu a missão sem deslumbrar. Poderia ter feito o 2-0, mas desperdiçou uma ocasião flagrante de golo. Realce para os três passes de remate realizados, oito progressivos recebidos, 54 acções com a bola (quatro na área adversária) e nove perdas.

Zaidu 6.1

Não jogava há quase dois meses e nem parecia, tal o volume de acções que protagonizou, principalmente na etapa inicial. Ao todo realizou dois remates, três cruzamentos, ganhou nove duelos, perdeu quatro, levou a melhor nos cinco duelos aéreos defensivos em que interveio, sofreu duas faltas – uma das quais expulsou Ekkelenkamp – e cinco acções defensivas. A rever as 13 perdas de bola.

David Carmo 6.1

Não estava a ter grandes dores de cabeça e ia controlando as investidas belgas. Aos 57 minutos derrubou Ilenikhena num lance que poderia ter resolvido de outra forma, se tivesse jogado na antecipação. Um resumo do que tem feito desde que assumiu a titularidade em que se tem mostrado sólido, mas perde o discernimento em determinados períodos. Venceu cinco dos seis duelos aéreos defensivos em que participou, acumulou cinco recuperações de posse, sete perdas e cinco acções defensivas.

Pepê 5.9

Formou com Zaidu uma sociedade que dinamizou os ataques da equipa na primeira parte. Perdeu gás na segunda metade. Dos números que obteve destacamos três remates (uma ocasião flagrante desperdiçada), quatro passes progressivos, sete acções na área belga, ganhou oito duelos, perdeu quatro e foi eficaz em três dos quatro dribles que arriscou.

Taremi 5.3

Não atravessa o melhor momento, demonstrando alguma crise de confiança. Tentou regressar aos golos com três remates (todos desenquadrados), desta feita não assumiu a marcação da grande penalidade e acabou por ser substituído aos 68 minutos com 40 acções com a bola (seis na área do opositor), venceu cinco duelos, perdeu outros cinco e acumulou dez perdas de bola.

Alan Varela 5.1

Cresceu após 47 minutos em que esteve pouco assertivo. Assumiu a primeira fase de construção e foi subindo alguns metros no terreno. Terminou as incidências com um remate, uma eficácia de 94% nos passes (sete falhados – quatro de risco – em 116 feitos), dez recuperações de posse, nove perdas e quatro acções defensivas.

Destaques do Antwerp

Senne Lammens 5.8

Sem culpas nos dois golos consentidos, destacou-se com quatro defesas e foi o melhor elemento dos belgas em campo.

George Ilenikhena 5.4

Tem apenas 17 anos, mas demonstrou que a qualidade não tem idade. Muito mexido, foi criador de uma ocasião flagrante e dois passes para remate.

Arthur Vermeeren 5.3

É a estrela da companhia, sendo aos 18 anos o capitão dos campeões belgas. Sempre de cabeça levantada, tentou diluir o ascendente do FC Porto com um passe para remate, seis duelos ganhos, cinco perdidos, cinco recuperações de posse, seis perdas e sete acções defensivas.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.