Porto 🆚 Benfica | Dragão de gala vulgariza águia perdida

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Manita. O FC Porto goleou no “clássico” frente ao Benfica por 5-0, numa exibição colectiva a roçar a perfeição, com domínio absoluto, intensidade, atitude competitiva e a mentalidade certa na forma de abordar um rival que tem mostrado, nos últimos tempos, diversas debilidades. Este domingo, essas fraquezas ficaram expostas de forma evidente, com um “onze” inicial muito pouco preparado para o que aí vinha, sem dinâmicas ofensivas e equívocos ofensivos. O triunfo do “dragão” foi claro e incontestado e Sérgio Conceição pode gabar-se de uma abordagem táctica à prova de crítica.

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Só o “dragão” soube voar

Jogo muito animado desde o apito inicial, com o Porto a assumir o comando dos acontecimentos e a pressionar bastante o Benfica, com intensidade e velocidade de processos. Pepê começou por desperdiçar uma flagrante aos dois minutos, Tengstedt fez o mesmo do outro lado ainda antes do primeiro quarto-de-hora e, logo a seguir, foi Galeno a desviar em boa posição, mas ao lado.

Porém, aos 20 minutos, o golo aconteceu mesmo. Canto da direita, a bola chegou a Galeno ao segundo poste e este rematou de pronto sem hipótese para Trubin. Os “encarnados “demoraram a acalmar o seu jogo e a responder, mas quando o fizeram, Rafa (34′) obrigou Diogo Costa a grande defesa. Só que do outro lado, os “dragões” não perdoavam e, aos 44 minutos, Galeno bisou, perante a apatia da defesa benfiquista.

O melhor em campo ao descanso era, naturalmente, o extremo brasileiro. Galeno registava um GoalPoint Rating de 7.0, graças ao bis, a quatro remates, dois enquadrados, e seis acções com bola na área contrária. A nota só não era mais alta devido às quatro perdas de posse no primeiro terço.

Com Florentino em campo na segunda parte, o Benfica parecia controlar um pouco mais o jogo, mas não tinha grande dinâmica ofensiva e acabou por sofrer o terceiro aos 55 minutos, golo de Wendell, num remate em zona frontal, assistência de… Galeno. As “águias” ficaram ainda pior aos 61 minutos, quando Otamendi viu o segundo amarelo, por falta sobre Pepê, e foi expulso. Logo a seguir, Nico González falhou um golo de forma incrível.

O domínio do Porto era total e, aos 75 minutos, Pepê “fuzilou” Trubin para o 4-0, confirmando uma goleada que tinha tudo para ser ainda mais gorda, e em cima dos 90 foi Namaso a cabecear para o 5-0. Uma noite de grande qualidade para os homens da Invicta, que ficam assim a seis pontos do seu adversário, e de pesadelo para os da Luz, que caíram para o segundo lugar e com mais um jogo que o Sporting.

[ A rede de passes mostra um Porto que teve mais bola e jogo de posse ]

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MVP GoalPoint: Wenderson Galeno 👑

Noite de Champions… sem o ser. Galeno costuma aparecer nos jogos europeus, mas desta feita fê-lo a nível interno e com grande brilho. O extremo foi o melhor em campo no “clássico”, com um GoalPoint Rating de 8.5, fruto de dois golos, uma assistência, três remates enquadrados em cinco, oito acções com bola na área contrária e três conduções progressivas. A nota não é mais alta porque falhou uma flagrante, não conseguiu completar nenhuma das quatro tentativas de drible e somou quatro perdas de posse no primeiro terço.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Porto

Pepê 8.5

Há muito não se via uma exibição destas por parte do brasileiro. Pepê fez um belo golo, enquadrou três de quatro remates, recebeu 11 passes progressivos, completou três de sete tentativas de drible, registou o máximo de desarmes (6) e venceu 14 de 19 duelos e de acções defensivas no meio-campo contrário (4). Falhou uma ocasião flagrante.

Francisco Conceição 7.6

Mais um grande jogo do extremo, que criou uma ocasião flagrante, teve sucesso em dois de três cruzamentos de bola corrida e fez oito recuperações de posse.

Alan Varela 6.7

Muito bem no passe, com 77 certos em 82 (94%), foi o jogador mais interveniente na partida, com o máximo de acções com bola (94), e criou uma ocasião flagrante em três passes para finalização.

Wendell 6.7

Semana de sonho para o lateral. Convocado para a selecção brasileira, Wendell comemorou com um golo ao Benfica, quatro conduções progressivas e sete recuperações de posse.

João Mário 6.5

No lado oposto da defesa, João Mário esteve bem a construir, tendo criado uma ocasião flagrante e tido sucesso nos dois cruzamentos que realizou. Acumulou seis conduções progressivas.

Otávio 6.4

Parece que joga no Porto há anos. Personalidade, concentração e qualidade foram as características do central perante todos os adversários que lhe apareceram na frente. Acertou 66 passes em 72, fez sete progressivos, registou 87 acções com bola, nove recuperações de posse e sofreu quatro faltas.

Evanilson 6.4

O brasileiro não marcou, mas a sua movimentação foi muito importante para libertar os colegas de equipa. Fez uma assistência e também sofreu quatro faltas.

Pepe 6.0

Sólido e muito veloz, apesar dos seus 41 anos. Acertou 83 de 87 passes (máximos do jogo), registou 11 passes progressivos, fez 91 acções com bola e oito recuperações de posse.

Destaques do Benfica

Tomás Araújo 5.4

O facto de ter entrado aos 63 minutos, após a expulsão de Otamendi, talvez tenha ajudado Tomás Araújo a ter a melhor nota dos “encarnados”, ainda que muito pálida, tendo evitado ser protagonista em mais minutos deste naufrágio. O central só errou um passe e fez três desarmes.

Florentino 5.2

Outro jogador que não começou a partida. Florentino entrou para tentar domar o meio-campo portista e conseguiu realizar quatro desarmes.

Otamendi 5.2

Estava a ser dos melhorzinhos do Benfica, mas a expulsão estragou a noite do argentino e acabou com as aspirações benfiquistas. Registou o máximo de intercepções (5).

Trubin 5.1

O guardião fez quatro defesas, três a remates na sua grande área. Não teve culpa nos golos, mas poderia ter feito melhor nalguns lances, como mostram os golos evitados (defesas – xSaves) negativos (-1,2).

João Neves 5.1

Nota baixa de um jogador que se entregou à luta. Somou dez recuperações de posse e teve sucesso em três de cinco tentativas de drible, mas que acumulou cinco perdas de posse no primeiro terço e três desarmes sofridos.

Di María 5.0

Criou a ocasião flagrante que Tengstedt mandou para a bancada e completou duas de três tentativas de drible, mas pouco mais.

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.