Sevilla 🆚 Roma | “Mou” cai aos pés do rei da Liga Europa

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nA Liga Europa, são 11 contra 11 e no final ganha o Sevilha. O conjunto espanhol é o rei desta competição e, na noite desta quarta-feira, conquistou o sétimo “caneco”, derrotando a Roma de José Mourinho através da marca dos 11 metros. Num duelo intenso, mas nem sempre bem jogado, os italianos foram melhores na etapa inicial e chegaram ao intervalo na frente graças ao engenho de Dybala. Os espanhóis asfixiaram o rival no recomeço e empataram aproveitando um autogolo de Mancini. Houve direito a tempo-extra, o empate perdurou e foi através da marcação de grandes penalidades que o Sevilha voltou a reinar. Mancini e Ibañez não conseguiram enganar Bono e coube a Montiel vestir a pele de herói. Excluindo a Supertaça Europeia (três vezes), esta é a primeira derrota, em seis tentativas, que uma equipa de José Mourinho é derrotada na final de uma competição da UEFA.

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Mais um capítulo do mito sevilhista

Na antevisão à final, José Mourinho tinha dito que “20 ou 30 minutos Dybala consegue fazer”. “Mind game” ou não, o certo é que o argentino foi titular e fez a diferença. Decorria o minuto 35 quando, num contragolpe que nasceu num roubo de bola de Cristante a Rakitic, Mancini lançou Dybala e este, com um remate cruzado, inaugurou o marcador. Foi o 17.º tento do craque argentino esta temporada, o quinto nesta edição da Liga Europa.

Os romanos chegaram à vantagem após terem feito o primeiro assalto aos 11 minutos, altura em que Bono travou um remate de Spinazzola. Os andaluzes, que ainda não tinha registado qualquer remate, deram sinais de vida, primeiro por En-Nesyri, ripostaram pouco depois por intermédio de Fernando e, já no período de descontos, Rakitic viu a bola embater com estrondo no poste esquerdo da baliza italiana.

Ao intervalo, Dybala era o MVP, destacando-se com um remate, um golo, seis passes progressivos recebidos, três faltas sofridas e um GoalPoint Rating de 6.8.

O Sevilha foi melhor no recomeço, subiu o bloco, esteve mais eficaz a pressionar, começou a utilizar mais os corredores laterais e foi assim que chegou ao empate, num centro de Navas que Mancini acabou por finalizar de forma involuntária para o 1-1.

Aos poucos, a Roma começou a diluir o ímpeto espanhol, o duelo ficou mais equilibrado, com diversas situações de perigo nas duas áreas. Bono mostrou reflexos aos 67 minutos, mais tarde o árbitro Anthony Taylor assinalou uma grande penalidade a favorecer a turma da Andaluzia, mas depois de consultar o VAR acabou por não marcar falta de Ibañez sobre Ocampos.

A equipa de Mourinho respondeu e Bono voltou a ser fundamental, desta feita negando a glória a Belotti. No último lance da segunda etapa, Rui Patrício defendeu um “míssil” de Suso e, na sequência, Fernando atirou ao lado. Alex Telles foi a unidade em destaque no período regulamentar com dois remates, cinco cruzamentos, 11 acções defensivas e um GoalPoint Rating de 7.4. Pela terceira época consecutiva, a final da Liga Europa teria direito a prolongamento.

A toada não se alterou na segunda parte do prolongamento, com muitas paragens – o jogo acabou com 40 faltas -, e tivemos de aguardar até ao último suspiro, quando na sequência de um canto, Smalling cabeceou e a bola foi travada pelos ferros. Pela terceira temporada seguida, o vencedor da Liga Europa seria desvendado através da marca dos 11 metros.

Mancini e IBañez não conseguiram ultrapassar o muro Bono e Montiel, à segunda tentativa, fez o que já tinha feito na final do Mundial do Catar entre França e Argentina, rematou para a glória e carimbou a sétima conquista – a terceira vencida através de grandes penalidades – da Liga Europa por parte do Sevilha, que desta forma assegura presença na fase de grupos da Champions.

[ Houve mais Sevilha, também no passe ]

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MVP GoalPoint: Suso 👑

Foi uma das cartadas que José Luis Mendilibar lançou ao intervalo e resultou em pleno. O criativo espanhol deu outra alma ao ataque do Sevilha e foi fundamental no sucesso da equipa espanhola, com três remates, seis cruzamentos, oito passes progressivos recebidos, venceu dez duelos, foi eficaz em metade dos quatro dribles que tentou, sofreu três faltas e acumulou quatro desarmes. O MVP acabou a final com um GoalPoint Rating de 7.5.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Sevilla

Alex Telles 7.4

Cresceu de produção na segunda parte e foi determinante na subida de nível da equipa. Saiu esgotado na recta final dos 90 minutos com dois remates, cinco cruzamentos, levou a melhor em quatro dos cinco duelos aéreos em que participou e carimbou 11 acções defensivas.

Ivan Rakitić 6.7

Continua a espalhar classe aos 35 anos. Pautou o jogo do Sevilha, marcou uma das grandes penalidades e destacou-se com dois remates, uma ocasião flagrante criada que foi travada pelos ferros, seis passes progressivos, quatro super progressivos e sete acções defensivas.

Jesús Navas 6.3

Quem diria que tem 37 anos. Sempre em alta rotação, foi uma peça importante com 16 passes progressivos, nove recuperações de posse e cinco acções defensivas. É dele o cruzamento que esteve na génese do golo do empate. Em sentido inverso, acumulou 31 perdas de posse.

Destaques da Roma

Dybala 6.7

Há uma Roma com ele em campo e outra (pior) sem ele. Classe pura, fez a diferença enquanto teve pilhas, principalmente na etapa inicial. Além do golo marcado, somou três cruzamentos progressivos, 33 acções com a bola, duas das quais na área contrária.

Roger Ibañez 6.6

Não obstante a grande penalidade que desperdiçou, foi um dos melhores da Roma. Dos números do central, realce para dois remates, uma ocasião flagrante falhada, venceu 17 duelos, perdeu cinco, concluiu com sucesso oito dos dez duelos aéreos atacantes em que interveio e registou 18 acções defensivas (máximo nesta final).

Rui Patrício 6.0

Sem hipóteses de defesa no autogolo de Mancini, protagonizou três defesas no período regulamentar. Na defesa que fez da marca dos 11 metros viu o lance ser repetido após o português ter saído da linha de baliza.

 

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.