Sporting 🆚 Porto | Suspeito do costume coloca leão na final

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O primeiro finalista da Taça da Liga portuguesa está encontrado e é o Sporting. Numa meia-final nem sempre bem jogada com o Porto, a formação lisboeta começou muito bem a segunda parte e fez valer esse facto com o único golo do encontro a ser apontado por Gyökeres, aos 56 minutos. A partir daqui o “dragão” pegou no jogo, mas a desinspiração atacante era tal que praticamente não criou perigo e o seu único remate enquadrado aconteceu perto do fim.

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Valeu pelo golo e pouco mais

Primeira parte nem sempre bem jogada. O Porto começou melhor, com muita mobilidade no ataque, em especial devido à velocidade e criatividade de Rodrigo Mora, mas o Sporting acabou com mais bola e com alguns bons lances de ataque, tendo estado perto do golo num grande trabalho individual de Gyökeres, e depois num remate de Quenda que Cláudio Ramos afastou, após desviar num colega. Ao descanso as estatísticas mostravam apenas um remate enquadrado, e para os “leões”.

O Sporting entrou bem melhor na segunda parte, pressionante, a atacar por todos os corredores e a anular as transições portistas. Os lances de perigo começaram a surgir e, aos 56 minutos, o golo apareceu. Jogada algo confusa, a bola chegou a Gyökeres na grande área e este não perdoou. A partir daqui o Porto pegou no jogo, mas sem muita convicção e os de Alvalade iam tapando os caminhos para a sua baliza com maior ou menor dificuldade. Está encontrado o primeiro finalista da Allianz Cup.

[ Equilíbrio nos posicionamentos médios ]

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O Jogo em 5 Factos

1. Mais Porto na área

O Sporting ditou leis graças a um arranque de segunda parte de grande qualidade, mas o Porto, que até começou bem a partida, acabou por ter mais presença na área leonina, na procura do empate e perante o recuo leonino. Os “dragões” terminaram com 27 acções na área sportinguista, mais 12 que os lisboetas no lado oposto do campo.

2. Desinspiração na finalização

Este não foi um jogo com muito trabalho para os guarda-redes. O Sporting marcou o seu golo em apenas dois remates enquadrados, o Porto só acertou uma vez com a baliza e sem perigo.

3. “Dragão” com mais “nervo”

No final, feitas as contas, o Porto ganhou mais duelos individuais do que o Sporting, mostrando mais agressividade nos diversos lances. Os “azuis-e-brancos” venceram 49, mais dez que os “verdes-e-brancos”

4. Pouca pressão de parte a parte

Este não foi um jogo com equipas a pressionarem em zonas altas, preferindo a contenção e o corte de linhas de passe. O Sporting registou somente sete acções defensivas no meio-campo contrário, os “dragões” não passaram de três.

5. Aposta portista no passe de ruptura

Só o FC Porto realizou passes de ruptura, para “rasgar” a defesa leonina. Ao todo foram cinco, quando deles eficazes, sendo que Eustaquio, com três foi o principal contribuidor.

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[ Confere análise pós-clássico de António Tadeia, com apoio do “radar” do Antunes da GoalPoint ]

MVP GoalPoint: Morten Hjulmand 👑

Jogo de “patrão” do capitão leonino. Sempre pronto a coordenar todo o futebol do Sporting, o médio-defensivo dinamarquês esteve muito bem no passe, com 41 certos em 43 (95%), acertou os quatro longos que tentou e contabilizou 11 acções defensivas, com destaque clara para quatro desarmes, um dos máximos do encontro.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Sporting

Viktor Gyökeres 6.4

Quem mais decidiria o jogo? O atacante sueco esteve sempre ligado à corrente, fez uma grande jogada na primeira parte e fez o único golo do jogo. Como de costume, foi o jogador com mais passes progressivos recebidos, com 11.

Maxi Araújo 6.0

O uruguaio começou mal o jogo, mas foi subindo de produção ao longo da partida. Criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização, recebeu dez passes progressivos e somou quatro desarmes, mas esteve mal no drible, com apenas um completo em sete, tendo ganho somente seis de 14 duelos.

Geovany Quenda 5.9

O jovem tem um talento que se nota nos pequenos detalhes e, à esquerda, parece soltar-se mais e tornar-se mais objectivo. Foi dele a assistência para o golo de Gyökeres, fez oito passes progressivos e três super progressivos.

St. Juste 5.8

O neerlandês tem aproveitado a boa sequência de jogos sem problemas físicos e, não só completou 91% dos passes que realizou, como somou dez acções defensivas, com destaque para três intercepções.

Fresneda 5.7

O jovem lateral espanhol parece estar a ganhar confiança e adapta-se bem a este novo sistema leonino de quatro defesas. Não comprometeu e registou mesmo 12 acções defensivas, com realce para sete alívios e três bloqueios de passe/cruzamento.

Destaques do Porto

Stephen Eustaquio 6.8

O melhor elemento do Porto, que ficou atrás de Hjulmand apenas por uma centésima. O canadiano registou o máximo de passes para finalização (3), de ruptura (3), de passes super progressivos (4) e de recuperações de posse (9).

Galeno 6.2

O brasileiro voltou a começar a lateral e acabou a extremo. Galeno foi o mais rematador do encontro, com três disparos, mas nenhum enquadrado. Somou cinco acções com bola na área contrária e realizou ainda excelente quatro desarmes.

Otávio 6.1

O defesa-central brasileiro está de pedra e cal na equipa. Otávio acertou 92% dos 66 passes que realizou e foi o jogador mais interventivo na partida, com 79 acções com bola.

Nico González 5.6

Desta feita o espanhol não foi tão influente nem teve um peso tão grande no último terço, não registando qualquer passe para finalização. Destacou-se sim com 12 passes progressivos (máximo) e três super progressivos.

Samu 5.3

Esperava-se um duelo entre Samu e Gyökeres, mas o jovem espanhol não “apareceu” na partida, tendo mesmo desperdiçado a única ocasião flagrante dos “dragões”. Destacou-se, contudo, com sete acções com bola na área contrária (máximo) e um passe de ruptura

Pedro Tudela
Pedro Tudelahttps://goalpoint.pt/
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.