Benfica 🆚 Rangers | Águia insegura limita danos com empate

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Não foi desta que o Benfica sacudiu os nuvens da crise. Na recepção a um Rangers claramente inferior em termos individuais, os “encarnados” estiveram por duas vezes a perder, mas conseguiram empatar graças a uma grande penalidade e a um autogolo. Pelo meio demonstraram falta de confiança e muitas debilidades defensivas, que poderiam ter tido consequências mais nefastas. Fica o resultado, que mantém a formação lusa na luta pelos quartos-de-final.

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Defesa a ver jogar

Péssimo arranque de jogo dos “encarnados”. O Benfica começou a atacar, mas, aos sete minutos, cruzamento da esquerda e Tom Lawrence cabeceou para o 1-0, ao segundo disparo escocês. Aliás, aos 11 minutos já o Rangers somava quatro remates, dois deles enquadrados, mas aos 13, Arthur Cabral teve nos pés o empate, mas não conseguiu finalizar a preceito.

As “águias” terminaram a primeira parte a pressionar intensamente o último reduto visitante e chegaram ao empate por Di María, de grande penalidade, já nos descontos, após mão na bola de Souttar na grande área. Só que logo a seguir, Fábio Silva cruzou da esquerda e, mais uma vez com a defesa benfiquista estática e a ver jogar, Sterling surgiu de trás, de rompante, para encostar para o 2-1. Assim, o melhor em campo ao intervalo era um jogador do Rangers, Tom Lawrence, com um GoalPoint Rating de 7.3. Autor do primeiro golo, contava também com dois remates, ambos enquadrados, e quatro acções defensivas no meio-campo contrário.  

O Benfica entrou a pressionar no segundo tempo, mas sempre sem encontrar muitos espaços para realizar combinações ofensivas perigosas. Por esse motivo, os homens da Luz recorriam muitas vezes a cruzamentos, mas nunca encontrando gente para finalizar, pelo que o Rangers parecia confortável. Só mesmo um erro escocês poderia mudar o cenário e ele surgiu aos 67 minutos, com Connor Goldson a cabecear para a própria baliza um livre de Di María da direita.

Di María que, logo a seguir, rematou ao lado, em boa posição na grande área, após um excelente passe de Rafa, e os “encarnados” iam dominando as operações, causando alguns lances de perigo. Contudo, nada que assustasse verdadeiramente os forasteiros. O Benfica terminou o jogo por cima, mas sem frescura, física e mental, para um último passe e finalização de qualidade.

[ Benfica mais ofensivo, mas o resultado não foi famoso ]

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MVP GoalPoint: Tom Lawrence 👑

O médio-ofensivo galês foi um problema para a formação benfiquista, pela forma como deambulava quase sem posição, mas também pela capacidade de pressão e finalização. Lawrence abriu o activo cedo, de cabeça, enquadrou os seus dois remates, somou dois passes para finalização, quatro acções com bola no meio-campo contrário, três desarmes e duas intercepções. Foi o MVP com um GoalPoint Rating de 7.0.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Benfica

João Neves 6.7

O melhor elemento do Benfica, sempre no sítio certo, no caminho da bola, com uma capacidade de luta e visão de jogo acima da média. João Neves registou o máximo de passes certos (69) e tentados (80), acertou oito de dez longos, somou oito progressivos, acumulou o valor mais alto de acções com bola (106), completou quatro de cinco tentativas de drible, assinou 12 recuperações de posse (máximo), quatro desarmes e sofreu quatro faltas. Ganhou 14 de 23 duelos.

Ángel Dí Maria 6.6

Jogo de altos e baixos do argentino, mas no cômputo geral positivo. Fez um golo, de penálti, cinco remates, dois enquadrados, criou uma ocasião flagrante em cinco passes para finalização (máximo com Rafa), fez três passes super progressivos, recebeu 13 progressivos, somou 94 acções com bola, sete acções na área contrária, seis conduções progressivas e três super progressivas. De negativo uma flagrante falhada, apenas um cruzamento eficaz em (pouco vistos) 13 e perdeu 41 vezes a posse de bola.

António Silva 6.2

O melhor elemento de uma defesa que esteve uns furos abaixo do que pode fazer. António Silva falhou apenas cinco de 73 passes, acertou sete de dez longos, somou excelentes seis conduções progressivas, dez recuperações de posse e quatro desarmes.

David Neres 6.1

O brasileiro pecou nalgumas decisões, nomeadamente na hesitação em algumas situações de finalização. Porém, terminou com cinco remates, dois enquadrados, uma ocasião flagrante criada em três passes para finalização e registou o máximo de acções na área contrária (12).

Trubin 5.9

O ucraniano está inseguro, tal como toda a equipa benfiquista. Nesta partida encaixou dois golos em que pouco podia fazer, fez três defesas e acertou 22 de 24 passes.

Rafa 5.8

Voltou a sentir dificuldades perante uma defesa fechada e que caía sem piedade em cima do portador da bola. O atacante não enquadrou nenhum dos três remates, mas somou excelentes cinco passes para finalização, 11 passes progressivos recebidos, 11 acções com bola na área contrária, completou somente duas de oito tentativas de drible e registou quatro conduções progressivas. 

Bah 5.6

Não teve um jogo particularmente conseguido. Somou dois passes para finalização, mas falhou 11 de 50 passes. De positivo dois dribles completos em três tentados e três desarmes.

Arthur Cabral 4.1

Saiu insatisfeito, e com razão. O brasileiro enquadrou somente um de quatro remates e desperdiçou duas das três flagrantes do Benfica.

Destaques do Rangers

Jack Butland 6.3

O guardião inglês teve algum trabalho e esteve em bom plano, com quatro defesas, todas a remates na sua grande área, tendo evitado 0,7 golos (defesas – xSaves).

Sterling 6.1

O também inglês Sterling tem um nome sonante, mas este chama-se Dujon e fez um belo jogo. Somou um golo, enquadrou os seus dois remates e foi sempre um elemento perigoso e muito activo.

Fábio Silva 5.2

O português fez o passe que, depois no meio da defesa benfiquista, acabou por dar golo do Rangers e de Sterling. Fábio tentou, foi competente a reter a bola e a manter a retaguarda das “águias” em alerta, mas acabou com um só remate, nenhum passe para finalização e alguns números menos famosos: 24 perdas de posse, três desarmes sofridos, sete mais controlos de bola e 14 duelos perdidos em 27. De positivo os cinco duelos aéreos ganhos em sete.

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.