Benfica 🆚 Sporting: o ADN do primeiro dérbi de 2023

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Este domingo é de grandes emoções. O dérbi de Lisboa entre Benfica e Sporting joga-se no Estádio da Luz, a partir das 18h00, um jogo que não interessa apenas aos dois rivais em concreto, mas também a Braga e Porto, que espreitam uma eventual escorregadela dos da casa, que lideram de forma destacada o campeonato. “Águias” e “leões” partem para este jogo em situações muito diferentes, separados por 12 pontos, os anfitriões em boa forma e a quererem cimentar o primeiro lugar, os visitantes em busca da redenção após a derrota no Funchal, na 15ª jornada e a tentarem evitar que as suas já ténues aspirações ao título terminem quase em definitivo.

Este é um embate que interessa a todo o G4 da Liga bwin. Se vencer, o Benfica deixa uma mensagem forte à concorrência, com o segundo triunfo em jogos entre os três grandes – após o sucesso no Dragão. Contudo, os momentos de forma costumam contar pouco em dérbis e “clássicos” e não se espera mais do que um jogo equilibrado, no qual qualquer uma das formações pode levar os três pontos. Ainda assim, importa perceber no que se distinguem os dois conjuntos em termos colectivos. E as diferenças são grandes.

[ Os analytics de Benfica e Sporting nas últimas cinco jornadas ]

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Nas últimas cinco rondas o Benfica ganhou quatro e averbou a única derrota até agora em jogos oficiais esta temporada. O Sporting, por seu turno, perdeu duas das cinco vezes em que caiu na Liga. Em termos globais, os “encarnados” são o melhor ataque (38) e a melhor defesa (10, a par do Porto) na prova, os “verde-e-brancos” fizeram somente 29 golos e consentiram 16, números que, por si só, apontam ao Benfica o favoritismo para este jogo, pelo menos é nisso o que as casas de apostas acreditam, tendo em conta as odds.

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Porém, há muito mais que se lhe diga em relação aos desempenhos das duas equipas e à forma de jogar, algo que os números ajudam a entender, além da natural e desejável observação dos jogos das duas equipas. O Benfica vai alternando um 4-2-3-1 com um 4-4-2, mas é de realçar a dinâmica táctica da formação de Roger Schmidt, que lhe permite alterar o figurino táctico sem mudar muito a ideia de jogo: muita pressão, ataque constante, domínio do meio-campo e colocação de muitas unidades na frente de ataque.

O Sporting vai mantendo a ideia fixa do seu treinador, Rúben Amorim, num 3-4-3 que raramente muda, tirando a introdução de jogadores com características diferentes de forma a aproveitar as debilidades específicas dos seus adversários e os diversos momentos de jogo. Esta temporada nem sempre essa ideia tem resultado, resta saber se a equipa se conseguirá adaptar ao perfil do seu adversário e ultrapassar o mau resultado da última ronda.

[ A forma como as duas equipas atacam em condução ]

As duas equipas atacam de forma bem diferente. Os “leões” diversificam mais o seu futebol de condução (vide mapa acima), explorando as faixas laterais mais no último terço, enquanto as “águias” são uma formação de aposta clara no ataque pelas faixas – com grande influência dos seus laterais -, pelo que não espanta que sejam a que mais remates realizam após cruzamento (2,9 por jogo), o que deverá condicionar o jogo dos alas leoninos – em princípio Nuno Santos e Pedro Porro.

Ambas são equipas dominadoras. O Benfica é a equipa com mais posse de bola na Liga, com 62,2%, contra os 59,8% do Sporting, que ocupa o segundo lugar, pelo que é de esperar que ambas tentem guardar o esférico para si. Resta saber qual o conseguirá, embora o registo de acções com bola aponte para uma maior competência do Benfica neste particular, tendo em conta que é o conjunto, de longe, com mais acções com bola, uma média de 835 por jogo, mesmo em comparação com o segundo registo mais alto, que pertence mesmo ao Sporting, com 755. Será o jogo na Luz de domínio benfiquista na posse?

Benfica mais rematador, Sporting aproveitador de ocasiões flagrantes

[ Os remates e xG de Benfica (à esquerda) e Sporting; a amarelo os golos, enquadrados a azul, maiores os círculos maior o xG ]

Os golos marcados pelas duas equipas lançam a suspeita de que, ofensivamente, o Benfica é uma equipa mais impositiva e rematadora. E estas confirmam-se: os “encarnados” são a segunda formação que mais remata da Liga (19,2, atrás dos 19,8 do Braga) e também a que mais dispara de bola corrida por jogo (14,0, de novo atrás do Braga, com 14,8). O Sporting é a quarta apenas em disparos, Sporting (16,2), o mesmo de bola corrida (12,5), sendo que as “águias” têm a melhor taxa de conversão de remates em golo (12,9%), contra os 12% dos “leões”, terceiro melhor registo.

O Benfica é, também, a equipa com mais Expected Goals (xG) a favor (40,4), surgindo o Sporting bem longe, em quarto, com 28,2, o que se reflecte nos golos marcados e sofridos. Contudo, a formação leonina tem saldo positivo de 0,8, na diferença entre esperados e concretizados, estando o Benfica “no vermelho”, com 2,4 a dever à sua contabilidade.

Ambas marcam 👉 Apostar!

[ As ocasiões flagrantes criadas por Benfica (à esquerda) e Sporting na Liga bwin 22/23 ]

Os de Alvalade ganham noutro detalhe. Se é verdade que o Benfica é o emblema com mais ocasiões flagrantes criadas por jogo (3,3) e o Sporting apenas a quarta (2,3), os homens de Amorim têm sido mais competentes na conversão dessas mesmas situações com 47,4% de aproveitamento (terceiro registo da Liga), sendo que os de Schmidt são somente a nona formação, com 31,7% – as “águias” são as que usufruíram de mais, nada menos que 4,0, contra 2,7 dos “leões”, o que explica em parte estes números.

O facto de o Benfica ser a segunda equipa com mais acções com bola na área contrária (34,1), atrás do Porto (35,7) e à frente do Sporting (28,6), poderá apontar para mais dificuldades dos “leões” para controlar o jogo nesta zona fundamental do terreno, ainda mais tendo em conta que os sportinguistas permitem mais destes lances da sua área (11,5) do que os benfiquistas (9,5), que são os mais competentes da Liga a fecharem os caminhos para a sua área.

Qualidade no passe de ambos os lados

Benfica (87,5%) e Sporting (86,8%) lideram na eficácia de passe entre todas as equipas da Liga bwin, o que por si só nos faz acreditar que este será um jogo bem disputado e de qualidade. Contudo, até neste detalhe as duas equipas são diferentes na abordagem.

[ Os passes super progressivos de Benfica (à esquerda) e Sporting nesta Liga ]

As “águias” são a formação que mais passes faz por jogo na Liga (610), o Sporting a segunda (541), e os da casa, mais uma vez, lideram, de longe, nos passes progressivos  – que permitem aproximação à baliza de pelo menos 25% e no mínimo de oito metros -, com 47,7, sendo o Sporting o quarto, com 40,5, algo que derruba um pouco o mito de que os de Alvalade são uma equipa mais de futebol directo em comparação com os rivais. O Benfica usa muito este expediente, o que demonstra também uma diversificação no tipo de passe e uma aposta clara nas transições sempre que necessário. As duas equiparam-se nos passes super progressivos – aproximação de 15 metros -, com pouco menos de sete por jogo (mapas acima).

Benfica mais competente a defender

Se o Sporting tem menos golos e tem mostrado maiores dificuldades ofensivas que o Benfica, este jogo tem tudo para acentuar esse problema – mais ainda se tivermos em conta que remata, consegue menos xG e soma menos acções com bola nas áreas contrárias que os “encarnados”. É que o Benfica é a equipa que menos remates permite aos adversários (6,2, Sporting é a terceira com 8,1), a que menos disparos permite na sua grande área (3,5, “leão” terceiro com 5,1) e a que menos xG concede aos adversários (9,1, Sporting terceiro com 15,1). Será que Rúben Amorim tem fórmula para inverter estes números?

[ As acções defensivas de Benfica (à esquerda) e Sporting nesta Liga ]

O facto de manter os oponentes longe do seu terço defensivo ajuda a explicar os números acima. “Rei” da pressão neste campeonato, os homens da Luz lideram entre todos nas acções defensivas no meio-campo contrário por jogo, com 16,7, sendo que o Sporting é o terceiro neste detalhe, com 14,3. O rigor no posicionamento benfiquista, em terrenos adiantados, explica também o porquê de ser o segundo conjunto com mais recuperações de posse na Liga, 58,6, atrás apenas das 60,8 do Casa Pia, sendo que o Sporting é sétimo, com 53,0.

Mais/menos de 2,5 golos 👉 Apostar!

Se é verdade que o líder é a segunda melhor equipa (atrás do Porto) na percentagem de duelos aéreos ofensivos ganhos, com 54,2%, a formação da casa terá, muito provavelmente, problemas para manter esse registo ante os “leões”. Os visitantes chegam a este jogo como a terceira melhor equipa nos duelos aéreos defensivos ganhos (59,9%), pelo que não deverá ser por aí que os benfiquistas conseguirão superiorizar-se ao seu adversário.

[ Os duelos ofensivos de Benfica (à esquerda) e Sporting, a azul os ganhos ]

Os melhores ratings dos rivais até agora

Em grupos de jogadores como os dos dois rivais de Lisboa, qualquer um pode, a qualquer momento, decidir a partida para um dos lados e estes são os intérpretes dos dois emblemas com melhores GoalPoint Ratings acumulados até esta ronda, entre futebolistas com mais de 675 minutos disputados.

João Mário pode ser o jogador das “águias” em melhor forma nos últimos cinco encontros, mas David Neres tem sido uma das figuras do Benfica nesta primeira metade de temporada, apesar de ter tido alguns problemas recentes com lesões que o têm limitado um pouco, registando o melhor desempenho acumulado dos “encarnados” deste o arranque da prova. Como disse Roger Schmidt na antevisão da partida, todos os seus pupilos estão aptos para jogar, incluindo Rafa Silva, que falhou jogos recentes por lesão e costuma ser decisivo neste tipo de jogos – fez mesmo o tento da vitória benfiquista no Dragão -, e Álex Grimaldo, que apresentou queixas mo último desafio, em casa, com o Portimonense.

Marcadores de golos 👉 Apostar!

O Sporting terá Pedro Gonçalves a jogar no meio-campo, como assegurou Rúben Amorim na antevisão, fazendo dupla com Manuel Ugarte. “Pote” é, até ao momento, o melhor jogador leonino na Liga, com golos, assistências e uma característica que faz dele um elemento fundamental em Alvalade: a sua capacidade para jogar ao mesmo nível elevado em diversas posições no terreno.

Os dados são estes e estão lançados. Benfica e Sporting vão disputar os três pontos no Estádio da Luz, com armas e ideias muito distintas, todas elas capazes de desequilibrar a balança a seu favor. Terão os “encarnados” um dia mau que permitirá aos seus rivais a aproximação? Será o “leão” capaz de relançar a sua candidatura? Saberemos a partir das 18h00 de domingo, com a cobertura habitual da GoalPoint.

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