Casa Pia 🆚 Benfica | Cabral descobre caminho e afoga ganso

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NÃO foi fácil a curta deslocação do Benfica a Rio Maior, casa emprestada do Casa Pia esta temporada. Após mais uma entrada em falso, em que jogou de forma lenta, previsível e sem rasgo e na qual as melhores ocasiões pertenceram aos “gansos”, os campeões nacionais foram mais incisivos na etapa final, variaram o jogo com mais velocidade e imprevisibilidade e desbloquearam o nulo num lance de inspiração de Arthur Cabral, que entrou em cena aos 59 minutos e bateu Ricardo Batista aos 74, à “lei da bomba”. Com o triunfo, o conjunto da Luz não perdeu terreno na luta pelo título e voltou a somar três pontos num duelo fora de portas, depois do empate em Guimarães e do desaire no Dragão. Já o emblema de Pina Manique não vence há três jornadas consecutivas. 

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Schmidt tinha o ouro e os três pontos no banco

Boa réplica do Casa Pia que surgiu em campo organizado e sempre que tinha a bola atacava com critério e perigo. Foi assim que ameaçou o golo em três ocasiões: aos 10′, Larrazabal, o “carrasco” na Luz na primeira volta, quase marcou, Fellipe Cardozo, cinco minutos volvidos, não teve a melhor pontaria e já perto do intervalo Pablo Roberto obrigou Trubin a puxar dos reflexos. Do lado “encarnado”, a ocasião mais clara surgiu aos 20 minutos, numa tentativa de Marcos Leonardo. O 1x3x4x3 dos “gansos” convidava o Benfica a jogar por zonas interiores e expunha as fragilidades do ataque posicional e na reacção à perda da bola dos campeões nacionais, que apenas a espaços conseguiam visar o alvo, quase sempre nas acelerações de Rafa ou na largura que Bah imprimia no corredor direito.

No período de descanso, Ricardo Batista era a unidade em foco com quatro defesas e um GoalPoint Rating de 6.7

Nos primeiros 15 minutos desta segunda parte, o Benfica criou mais situações de perigo do que em toda a primeira. O intervalo fez bem aos visitantes que imprimiram outra voragem nas suas acções e as entradas de David Neres e de Arthur Cabral ajudaram a remeter o Casa Pia para os derradeiros 30 metros do terreno.

Porém, o lance que desatou o nó surgiu a 16 minutos dos 90, por obra e graça da arte de Arthur Cabral, que assim ofereceu o 72.º triunfo a Roger Schmidt, ele que neste momento cumpriu o 100.º encontro oficial como treinador dos “encarnados”.

[ Benfica sempre em cima da defensiva do Casa Pia ]

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MVP GoalPoint: Arthur Cabral 👑

A gestão dos minutos do avançado por parte da equipa técnica do Benfica tem sido um dos quebra-cabeças desta temporada. Numa altura em que parecia ter conquistado uma vaga no ataque, foi remetido para o banco, passando de primeira para terceira e última opção. Neste domingo, saiu do banco aos 59 minutos e aproveitou a oportunidade para se reivindicar com três remates, dois enquadrados e um golo – o quinto na Liga e o décimo em todas as provas –, 14 passes recebidos, sete dos quais progressivos, 23 acções com a bola – cinco na área contrária, venceu três duelos, perdeu dois, acumulou três perdas de bola, três acções defensivas e duas conduções super progressivas. O dianteiro canarinho foi o MVP com um GoalPoint Rating de 7.3

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Casa Pia

Ricardo Batista 7.0

 Sem culpas no golo sofrido, esteve num bom nível com seis defesas.

Nermin Zolotić 7.0

Foi o patrão da defensiva dos “gansos” com 19 acções defensivas, recorde no jogo, das quais 13 foram alívios.

Ângelo Neto 5.8

Boa exibição do médio com dez duelos conquistados (máximo no jogo), dez recuperações de possa, dez perdas e dez acções defensivas.

Destaques do Benfica

João Neves 7.2

Voltou a ser o motor das “águias” com mais uma bela exibição. O jovem médio destacou-se com um remate, dois passes para remate, 111 acções com a bola, uma eficácia de 91% nos 92 passes tentados, levou a melhor em nove duelos, perdeu seis, registou três conduções progressivas, oito recuperações de posse, dez perdas e 11 acções defensivas.

Ángel Di María 7.1

Tal como a equipa, soube dar a volta após mais uma primeira parte de total desacerto. Mais ligado à corrente, o experiente criativo carimbou quatro remates (um enquadrado), sete cruzamentos (todos ineficazes), 12 passes falhados em 78 feitos (eficácia de 85%), 15 passes progressivos, oito super progressivos, 124 acções com a bola – máximo na partida -, sete das quais na área contrária. Venceu ainda sete duelos, perdeu dez, acumulou oito recuperações de posse, 33 perdas de bola (recorde negativo) e sofreu três desarmes. 

António Silva 6.8

Boa partida do jovem central, que acabou por ser admoestado com um amarelo que irá deixá-lo fora de acção para a recepção ao Chaves. Na folha de serviços registou três remates, uma ocasião flagrante desperdiçada, três passes falhados em 66 (eficácia de 95%), seis passes progressivos, quatro acções com a bola na área adversária, 14 recuperações de posse (máximo no jogo), três perdas e oito acções defensivas.

Trubin 6.6

Responsável por três defesas, 28 acções com a bola e um acerto de 92% no capítulo do passe – 11 passes certos em 12 tentados.

João Mário 6.1

Subiu de produção quando passou a actuar na zona central. É dele a assistência para o tento de Cabral, tendo ainda concluído 91 acções com a bola, seis recuperações de bola, 11 perdas e apenas uma acção defensiva.

Alexander Bah 6.1

Enquanto teve gás, foi muito acutilante pelo flanco direito. O dinamarquês construiu três passes progressivos, falhou quatro passes de risco, venceu seis duelos, perdeu outros tantos, somou cinco recuperações de posse, 21 perdas e sete acções defensivas.

Rafa Silva 6.0

Foi das peças mais constantes do Benfica, tendo acumulado três remates, uma ocasião flagrante desperdiçada, quatro passes para remate, dez passes progressivos, 14 passes progressivos recebidos, nove acções com a bola na área adversária – recorde no encontro -, seis recuperações de posse e 20 perdas.

Fredrik Aursnes 5.9

O homem das mil e uma funções gizou uma ocasião flagrante desperdiçada por António Silva, 64 acções com a bola, sete acções com a bola na área contrária, três duelos ganhos, oito perdidos, 14 perdas de bola e quatro acções defensivas.

Florentino Luís 5.5

Estava a ser interventivo e a actuar num bom plano, mas viu um amarelo que acabou por ser decisivo quando foi substituído. Enquanto esteve em campo atingiu as seis recuperações de posse, sete duelos conquistados, cinco perdidos, três perdas da posse e duas faltas sofridas.

Marcos Leonardo 5.0

Novamente titular, acabou por ser mais vítima das maleitas da equipa do que propriamente réu. Batalhador, contabilizou quatro remates, 11 acções com a bola, quatro das quais na área contrária, venceu um duelo e perdeu dois.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.