PELA quarta vez consecutiva, espanhóis e croatas voltaram a protagonizar uma partida na fase final de um Europeu e a balança pendeu para o lado de “nuestros hermanos”. Agressivos, os comandados de De La Fuente condicionaram o “miolo” contrário – algo que Portugal não soube fazer há uma semana no Jamor –, pressionaram a primeira fase de construção e foram letais nos disparos que fizeram. Morata abriu a contagem, Fabián Ruiz dilatou a vantagem e Carvajal fechou as contas, numa primeira parte imparável da “la roja” A etapa final decorreu num “mood” mais de gestão, com um único sobressalto (golo), que acabou por ser anulado. Na próxima jornada deste Grupo B, a Espanha vai defrontar a Itália e a Croácia medirá forças com a Albânia.
Recital da “la Roja”
A fúria fez-se sentir, em alto e bom som, no palco do Estádio Olímpico de Berlim. Pressionante, Espanha obrigou a errar – 12 passes de risco falhados na etapa inicial – soube explorar os três corredores e foi certeira a finalizar, de rajada, apontou dois golos no espaço de três minutos e, a fechar a primeira metade, dilatou a vantagem. Encostada “às boxes”, a Croácia ainda esboçou uma reacção na recta final do encontro, mas Unai Simón redimiu-se de um erro crasso, defendeu a grande penalidade apontada por Petković e, na sequência do lance, o avançado ainda marcou, mas foi assinalada invasão da área por parte de Perišić.
[ Espanha teve menos bola, mas esteve mais subida ]
O Jogo em 5 Factos
Eficácia espanhola – Os espanhóis acabaram a primeira parte com cinco remates, sendo que três das quatro todas tentativas enquadradas resultaram em golo.
O mal-amado – Morata tem uma relação de “amor versus ódio” com parte da “afición” espanhola, mas vai respondendo dentro de campo. Tornou-se no quarto melhor goleador da “la roja”, com 36 tiros certeiros, sendo que este foi o sétimo tento em fases finais de Europeus – igualou nomes como os de Shearer e Griezmann – e é o primeiro espanhol a fazer o gosto ao pé em três fases finais de campeonatos da Europa. Saiu aos 67′ com queixas físicas.
Jovem precoce – Lamine Yamal converteu-se no jogador mais jovem a realizar uma partida num Europeu, com 16 anos e 338 dias, suplantando a marca que pertencia ao polaco Kozlowski (17 anos e 246 dias). O “teenager” fez uma bela partida, destacando-se com três remates, uma assistência, duas ocasiões flagrantes criadas, seis acções com a bola na área contrária, sete duelos ganhos, sete perdidos, cinco conduções progressivas (máximo) e três dribles eficazes em quatro tentados.
Sem direcção – Não obstante ter tido mais bola – 56% versus 44% -, a Croácia denotou sérias dificuldades e apenas criou perigo a espaços, tendo fechado a primeira metade com sete remates, cinco deles desenquadrados.
Goleador inesperado – Carvajal atravessa um excelente momento. Decisivo na final da “Champions“, voltou a estar “on fire” com (mais) um tento importante, o primeiro com as cores da selecção ao cabo de 45 internacionalizações. Em toda a carreira, soma 15 “tiros” certeiros, sendo que sete foram apontados nos últimos oito meses.
MVP GoalPoint: Fabián Ruiz
Excelente exibição do médio, um “box to box” de eleição, que esteve em todo o lado, foi assertivo a defender, com sete recuperações de posse e três acções defensivas, e foi crucial no ataque com uma assistência, assinou um golaço, acumulou uma eficácia de 90% nos passes – cinco falhados em 52 tentados -, seis passes progressivos, três super progressivos e 64 acções com a bola. O MVP obteve um rating de 8.0.
Outros Ratings
Pedri 6.9
Gerido com pinças, saiu aos 60’ com um acerto de 100% nos 17 passes feitos, uma assistência, 25 acções com o esférico, quatro duelos ganhos, três perdidos e três passes para remate.
Lovro Majer 5.7
Foi o melhor dos croatas com um remate – ocasião flagrante desperdiçada -, dois passes para remate, 73 acções com a bola, quatro das quais na área, oito duelos conquistado, cinco perdidos e seis acções defensivas.