Y Viva España! A “la roja” pintou a Europa futebolística de amarelo e vermelho e conquistou a 17.ª edição do campeonato da Europa. Numa final que apenas aqueceu na segunda parte, os comandados de De la Fuente abriram a contagem com a precisão de Nico, não dilataram a vantagem e tremeram quando Cole Palmer empatou o duelo, mas ressurgiram das cinzas com um toque mágico de Oyarzabal. No período de descontos, por milímetros os “três leões” não voltaram a anular a desvantagem, mas o triunfo não fugiria aos espanhóis que, desta forma, tornam-se a selecção europeia que mais vezes venceu a prova, com quatro títulos, e a ainda não foi desta que a Inglaterra venceu um EURO, perdendo na final pela segunda vez consecutiva.
“La roja” supersónica alcança o tetra
A primeira metade foi aquilo a que se diz, na gíria do “futebolês”, tacticamente rica, mas com pouco risco e nenhuma ocasião flagrante criada. Os espanhóis tiveram mais iniciativa, mas a organização defensiva inglesa mostrou-se sólida e impenetrável.
Já sem o capitão Rodri em cena – saiu lesionado e foi substituído por Zubimendi –, a “la roja” derrubou a muralha inglesa no primeiro ataque da segunda etapa, numa triangulação entre Carvajal (na condução), Yamal (na assistência) e Nico Williams (na finalização). Os espanhóis rondaram o 2-0 em diversas ocasiões com Olmo, Morata, Nico e Yamal, mas não foram certeiros. Na resposta, Bellingham deixou um sério aviso e, mais tarde, aos 73’, o banco inglês voltou a dar créditos (e vida) ao seleccionador. Três minutos após ter entrado em campo, Cole Palmer “gelou” a fúria espanhola e deixou a final empatada.
Na contagem decrescente para o período de descontos, foi o banco de “nuestros hermanos” a dar lucros: Cucurrela centrou e Oyarzabal desviou para a glória e entregou em bandeja de ouro o “tetra” para a Espanha invicta nesta caminhada triunfal de sete jogos. Na última reacção, Unai Simón primeiro e Dani Olmo na sequência fizeram duas “defesas” incríveis e travaram (e abafaram) o rugido dos “leões” ingleses.
[ Espanha mais subida no posicionamento médio ]
O Jogo em 5 Factos
O dobro das acções na área – O predomínio espanhol acentuou-se no início da segunda parte e pôde ser medido em diversos parâmetros. Por exemplo, os novos campeões europeus concluíram o duelo com 30 acções com a bola na área inglesa, ao passo que o opositor obteve apenas 16.
Golos esperados (xG) – O melhor ataque da prova, com 15 tentos, voltou a impor-se na final com 1,77 golos esperados (xG). Já a Inglaterra saiu de cena com um xG de 0,55.
“Tiki-taka” puum – Ao “tiki-taka” que consagrou a geração de Casillas, Puyol, Piqué, Xavi, Xabi Alonso, Iniesta e companhia, esta Espanha conjuga outros predicados, como a objectividade e verticalidade. Já era a selecção mais rematadora da prova e voltou a vincar isso com os 16 remates que realizou (seis no alvo).
Ingleses reactivos – A Inglaterra não conseguiu colocar em campo todo o arsenal que tinha no ataque, quase sempre mais reactiva, fez apenas nove remates nesta final (quatro enquadrados).
Progressão total em condução (m) – Com Laporte em destaque, a Espanha “cilindrou” a “velha albion” neste capítulo com um total de 1136 metros de progressão através de conduções com bola. Já o adversário da noite deste domingo ficou-se pelos 476 metros.
MVP GoalPoint: Nico Williams
Foi uma das estrelas deste EURO. Com alegria nas pernas e nas chuteiras, o ala dinamitou as esperanças inglesas com mais uma bela exibição, explodindo na segunda parte. Concluiu a partida com três remates, um golo, tornando-se no segundo jogador mais jovem a marcar numa final com 22 anos e dois dias, ficando atrás do italiano Anastasi, criou duas ocasiões flagrantes, falhou apenas quatro dos 41 passes que fez (eficácia de 90%), chegou às duas conduções progressivas e obteve sete acções defensivas. A nota não foi ainda mais elevada devido aos dez duelos que perdeu e às 17 perdas da posse que acumulou.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques de Espanha
Lamine Yamal 6.9
Considerado o melhor jovem jogador da prova, voltou a estar “on fire” com uma assistência (bateu o recorde de mais jovem a fazê-lo numa final com 17 anos e um dia – já tinha entrado nos livros com o jogador mais precoce a actuar num duelo decisivo), registou dois remates, duas ocasiões flagrantes criadas (recorde no encontro) – criou oito passes decisivos em toda a prova -, um passe de ruptura, 48 acções com a bola – sete na área contrária (máximo da noite), conquistou três duelos, perdeu seis, alcançou duas conduções progressivas, duas super progressivas e três acções defensivas.
Mikel Oyarzabal 6.6
Lançado aos 67′, precisou de apenas oito acções com a bola (três na área adversária), dois remates e um golo para entrar na história do futebol espanhol e europeu.
Martín Zubimendi 6.2
Entrou para a vaga do lesionado Rodri e destacou-se com um passe para remate, uma eficácia de 92% nos 26 passes que fez, ganhou cinco duelos, perdeu apenas um, chegou às três conduções progressivas e três acções defensivas.
Aymeric Laporte 6.0
O patrão da defensiva espanhola protagonizou um remate, 66 passes recebidos, oito passes progressivos, seis conduções progressivas (recorde no jogo), um total de 323 metros de progressão através de conduções com bola e sete acções defensivas.
Marc Cucurella 6.0
Calou os críticos com mais uma exibição consistente, consubstanciada com uma assistência para o golo decisivo, uma eficácia de 92% nos 38 passes que fez, levou a melhor em dois duelos, perdeu quatro e acumulou quatro acções defensivas.
Fabián Ruiz 5.9
Foi uma das confirmações da prova e um dos motores da Espanha. Gizou dois remates, cinco passes longos eficazes, três variações de flanco, venceu oito duelos, perdeu outros tantos e atingiu as 81 acções com a bola.
Destaques de Inglaterra
Jude Bellingham 7.3
Foi o melhor inglês em campo com um remate perigoso, uma assistência, 13 duelos vencidos (máximo no jogo), dez perdas e 12 acções defensivas (outro recorde nesta final).
Jordan Pickford 6.5
Sem culpas nos dois golos sofridos, realizou quatro defesas e duas saídas pelo ar eficazes.
Cole Palmer 6.4
Precisou de apenas três minutos para apontar um golaço. O “cold” Palmer voltou a demonstrar gelo nas veias e muito futebol nas perdas. Realizou ainda 13 acções com a bola, dois duelos vencidos, dois perdidos e três acções defensivas.
Phil Foden 5.2
Com a missão táctica de “tapar” Rodri, esteve bem nesse aspecto, mas não conseguiu pegar no jogo da equipa e passou ao lado da final com apenas um remate, 33 acções com a bola, três recuperações de bola, sete perdas e seis acções defensivas.
Harry Kane 4.3
Não foi a final do capitão, que foi substituído aos 60′ com um remate, oito passes recebidos, 13 acções com a bola, dois duelos conquistados, seis perdidos e seis perdas da posse.