O FC Porto deu a volta ao resultado na Amoreira, frente ao Estoril Praia, e pela primeira em 2025 somou duas vitórias consecutivas. Após uma primeira parte de domínio “azul-e-branco”, mas que terminou empatada, com um penálti convertido para cada lado, na segunda, na qual os “dragões” estiveram longe de deslumbrar, valeu à turma de Martin Anselmi um momento de inspiração do jovem Rodrigo Mora, que com um golaço garantiu três pontos que permitem seguir a par do Braga, antes da recepção da próxima semana ao Benfica.



Dragões dominaram, mas Mora desequilibrou
O Porto entrou a dominar e dominou praticamente toda a primeira parte, terminando com sete remates (três enquadrados) e 68% de posse de bola. Porém, no meio do domínio portista, foi o Estoril o primeiro a marcar. Mão na bola de Marcano na grande área “azul-e-branca” à passagem do quarto-de-hora e Begraoui a converter a consequente grande penalidade, no único remate dos “canarinhos” no primeiro tempo. Apesar do domínio, antes e depois do golo dos da casa, o Porto só somou uma acção na grande área contrária na primeira meia-hora, mas somaria mais quatro até ao intervalo. Criou uma primeira ocasião flagrante e empatou da mesma forma que tinha sofrido: mão na bola de um jogador do Estoril, penálti e golo de Samu.
Na segunda parte até foi o Estoril a começar por cima, com o seu segundo (e último) remate na direção do alvo no jogo, mas depressa o FC Porto retomou as rédeas da partida. Nehuén Pérez deixou um aviso, num remate de longe, ao lado, e logo depois surgiu o momento do jogo, com Rodrigo Mora a rematar fulminante para um grande golo após combinar de calcanhar já dentro da área com Francisco Moura e a receber de novo antes de tirar um adversário do caminho e atirar certeiro. Os “dragões” terminaram a partida com um total de 14 remates e 25 acções na grande área do Estoril (20 delas nos segundos 45 minutos), mas não conseguiram criar mais ocasiões flagrantes (ficando-se pelas três). Só que do outro lado o Estoril não chegou sequer a voltar a rematar e o resultado não mexeu mais.
[ Muitos passes entre os homens mais recuados do Porto ]

O Jogo em 5 Factos
1. Porto bem mais fortes nos duelos, sobretudo pelo ar
Num jogo em que exerceu domínio territorial e na posse de bola, o Porto levou também a melhor nos duelos. Pelo ar ganhou 58% dos ofensivos e 69% dos defensivos. No total contabilizou 65 duelos ganhos contra 57 do Estoril.
2. Dragões com novo máximo de desarmes
O Estoril até terminou a partida com mais desarmes (25), mas para o Porto os 23 logrados foram o seu máximo da época no campeonato. Desses, nove foram à conta de Francisco Moura, igualando o máximo da prova esta temporada.
3. Certeza no passe “azul-e-branco”
O Estoril poucos lances de perigo criou e a certeza mostrada pelo Porto no passe foi importante para tal. Os “dragões” chegaram ao intervalo com 89% de eficácia no passe e terminaram a partida com 85%, falhando apenas 64 entregas, das quais 13 foram, ainda assim, de alto risco.
4. Estoril melhor no drible
Foi um drible fantástico de Rodrigo Mora no lance do seu golo a decidir a partida, mas até foi o Estoril a apostar mais no drible e a concluir mais destes lances: 22 tentados e sete concluídos, contra 20 tentados e cinco completos por parte do Porto.
5. “Canarinhos” igualaram mínimo de remates
O Estoril ficou-se pelos três remates: o do penálti, que deu o seu golo, na primeira parte, e mais dois logo a abrir a segunda parte, um na direcção do alvo, outro desenquadrado. Os “canarinhos” – que têm uma média superior a dez remates por jogo esta época – igualaram assim o seu pior registo da temporada na prova neste capítulo.
MVP GoalPoint: Francisco Moura 
Foi ele que combinou com Rodrigo Mora no lance decisivo do encontro, fazendo assim a assistência para o golo da vitória portista. Contudo, não se ficou por aí: acabou a partida com nove desarmes (igualou o máximo da Liga), sete recuperações de posse e 11 duelos ganhos (mais do que qualquer outro jogador no encontro).
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Estoril Praia
Felix Bacher 6.9
O defesa-central austríaco foi um dos dois jogadores com mais duelos ganhos na partida, a par de Francisco Moura (11), e foi de longe o jogador que mais acções defensivas teve: nada mais, nada menos do que 18, com destaque para oito alívios e seis desarmes.
Pedro Álvaro 5.7
Outro dos centrais do Estoril ganhou seis duelos em 13, vencendo três dos seis que disputou pelo ar. Nas acções defensivas destacou-se pelas quatro intercepções, tendo-se visto, contudo, ultrapassado por duas vezes em drible, uma delas no golo de Rodrigo Mora.
Destaques do Porto
Fábio Vieira 7.6
Desta vez não marcou, mas nos 72 minutos que esteve em campo fez três passes para remate e mostrou eficácia no passe, sobretudo no longo, acertando cinco em seis tentados. Ganhou oito duelos em 11 e ainda somou três desarmes e três alívios, a defender.
Alan Varela 6.8
Uma ocasião flagrante criada, seis recuperações de bola e 85% de eficácia no passe (embora tenha falhado três passes de risco).
Rodrigo Mora 6.4
Decidiu o jogo com um grande golo, no qual voltou a mostrar todo o seu talento, já depois de ter desperdiçado uma ocasião flagrante, no primeiro tempo. Foi, de longe, o jogador com mais acções dentro da grande área contrária (sete) e, dos cinco dribles que tentou, só foi eficaz… no do lance do golo.
Samu 6.0
Marcou de penálti o golo que deu início à cambalhota no marcador (antes já tinha visto um golo anulado por fora-de-jogo) e teve mais outro remate no alvo, de cabeça, na segunda parte. Recebeu 12 passes progressivos e, no ataque, ganhou quatro duelos aéreos em quatro.
Stephen Eustaquio 5.9
A meio da primeira parte levava cinco duelos ganhos em seis e apenas um passe falhado em 24. Foi substituído aos 85 minutos com 92% de eficácia no passe (45 passes acertados em 49 tentados, acertando todos os longos que tentou) e ainda somou sete acções defensivas, duas das quais no meio-campo ofensivo.
Iván Marcano 5.7
O veterano espanhol, recém-regressado após longa lesão, vai-se afirmando como o patrão da defesa do Porto, adaptando-se bem ao que Martín Anselmi pretende dos seus centrais. Totalizou dez passes progressivos (máximo do encontro), foi o jogador com mais acções na partida (83), dez das quais defensivas (com destaque para cinco alívios) e pelo ar esteve imperial, ganhando todos os quatro duelos que travou. A nota é cortada pela grande penalidade cometida.