Viktor Gyökeres chegou a Alvalade no defeso DE 23/24 com um pesado “menir” às costas, o de reforço mais caro da História leonina. Apesar dos muitos golos e promissor cartão de visita que trazia do Coventry, as dúvidas acerca da sua capacidade para corresponder às elevadas expectativas que o seu “price tag” colocava não faltaram. Os primeiros jogos-treino não impressionaram, mas depois… começou a “bola a sério” e o sueco não mais parou de rebentar a escala, nos golos, assistências, ratings e outros indicadores. Os adeptos rivais, aflitos, ainda o quiseram ver “metido no bolso” mais vezes, mas Gyökeres passou toda a época a dar trabalho às lojas de costura, furando bolsos atrás de bolsos e terminando como provavelmente o menos discutível eleito como Jogador do Ano, em DEZ anos de GoalPoint.
[ O “CV” GoalPoint de Gyökeres, publicado à sua chegada a Alvalade, há cerca de um ano ]
Do “superavit” goleador às “Gyöcarries”
A memória do adepto irá recordar sobretudo os golos do sueco, os 29 na Liga (de um total de 43), mas Gyökeres foi muito mais do que apenas isso. Destacamos alguns factos impressionantes da sua folha de serviço ao serviço dos “leões”, neste caso incidindo apenas na prestação na Liga, razão da sua eleição como MVP GoalPoint da época.
O artífice do “superavit” goleador
Viktor marcou 29 golos na Liga em situações nas quais se esperavam apenas… 23. O superavit de +6,3 golos marcados face aos Expected Goals de que dispôs fazem dele o principal responsável pelo ainda mais impressionante superavit colectivo leonino de mais 22 golos marcados do que o esperado, o melhor registo entre as principais Ligas europeias. Sorloth, Foden, Bellingham Lacazette, Guirassy, Lautaro e Sesko são os únicos jogadores que batem o sueco no total de golos marcados acima do expectável. Dos seus 29 tentos na Liga, apenas cinco foram obtidos de grande penalidade (100% de aproveitamento), dois de cabeça e um de fora da área.
Finalizador mortífero
O sueco converteu em golo 25,4% dos 114 remates que ensaiou e converteu 61,3% das 31 ocasiões flagrantes de que dispôs, um registo bem melhor do que Rafa Mujica, o jogador da Liga com mais ocasiões flagrantes (32), mas que converteu “apenas” 43,8%.
Tantas assistências como… Di María
O Benfica trouxe um campeão do mundo com história no clube para comandar a criação de ocasiões de golo dos ex-campeões, mas o argentino, apesar do bom registo, não conseguiu suplantar as dez assistências com que “empatou” com o imparável sueco, um registo que ambos partilham com outro “leão”, (o habitualmente “underrated”) Nuno Santos. Acima de Gyökeres surgem apenas dois municiadores: Rafa Silva e Pedro Gonçalves, ambos com 12 entregas para golo. Entre marcados e oferecidos, o sueco esteve envolvido em 43% dos golos e ocasiões flagrantes criadas pelo Sporting, com ele em campo.
Ninguém descobriu como o marcar
À medida que se fazia notar, Gyökeres foi merecendo cada vez maior atenção das prioridades defensivas dos adversários, mas… em vão. O sueco terminou a época com o brutal registo de 541 passes progressivos recebidos, o maior registo das principais Ligas europeias e por larga vantagem: são mais 128(!) do que Ollie Watkins, o produtivo avançado do Aston Villa, da Premier.
Fortíssimo nas… “Gyöcarries”
Em inglês as conduções de bola são referidas como carries, daí o trocadilho, numa “disciplina” na qual o sueco também se destacou e muito. Gyökeres somou um total de 96 conduções progressivas ou seja, “cavalgadas” em posse que encurtam em pelo menos 25% a distância inicial para a balizar contrária. À sua frente, na Liga portuguesa, apenas dois nomes (a ter em conta): Hélio Varela (117) e Rafik Guitane (108).
Sempre pronto para um duelo
A força, explosão e estilo de jogo do sueco tornaram incontornável a disputa frequente de duelos individuais: ou o paravam ou ele fugia. Gyökeres nem sempre saiu vencedor, o que é natural na sua posição, mas terminou ainda assim com 236 disputas ganhas, de um total de 514, número que faz dele o terceiro jogador da Liga com mais duelos individuais ganhos, batido apenas por Costinha (328) e Zaydou (265), nenhum deles jogadores da linha avançada.
Não admira assim que Viktor tenha terminado a Liga como o terceiro jogador mais castigado em falta (78), atrás apenas do já referido Zaydou e de Pepê, ambos com 83 infracções sofridas.
Um ano para não mais esquecer
A Liga 23/24 de Gyökeres promete perdurar, tanto na na memória dos adeptos leoninos como nos pesadelos dos adeptos rivais e, sobretudo, de quem teve por missão defrontá-lo. O sueco “fechou a conta” com 13 eleições MVP GoalPoint do jogo e 15 presenças no nosso “11” da Jornada, liderando durante quase toda a época o ranking do GoalPoint Ratings nacional e terminando como o único jogador candidato a MVP do ano (entre nomes com mais de 2040 minutos jogados, precisamente dois terços do tempo de jogo) com rating superior a 7.0.
[ O StatsCard final de Gyökeres na Liga 23/24, com alguns dos muitos totais “gordos” atingidos ]
O brilhante percurso do “homem da máscara” pedia pelo menos “rating perfeito” (10.0), claro. O sueco, como é de abusos, em vez de um somou dois, tornando-se no primeiro jogador da Liga a bisar em ratings perfeitos na mesma Liga desde que há GoalPoint, garantindo assim uma dupla entrada no nosso “Hall of Fame”.
[ O detalhe dos dois “ratings perfeitos” do sueco, na Liga 23/24 ]
[ Os 29 golos de Viktor, em vídeo ]
