O que aprendemos na jornada 21 da Liga 23/24

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O Benfica empatou, o Porto perdeu, o Sporting voltou a golear o Braga. A jornada 21 foi rica em detalhes curiosos e pistas para entender o desfecho de algumas partidas. Confirmámos a forma avassaladora do Sporting no ataque, o espírito arrojado do Vitória minhoto, a desinspiração do Casa Pia na hora do remate, a irrelevância dos cruzamentos em certas partidas e uma má escolha de estilo de jogo para certas condições meteorológicas.

1. “Leão” implacável como poucos

O Sporting goleou o Braga por 5-0, naquela que foi a terceira “chapa 5” seguida em recepções aos minhotos. O facto torna-se ainda mais relevante pelo facto de o “leão” ter marcado os seus cinco tentos em… cinco remates enquadrados. Não espanta que a formação de Rúben Amorim seja a equipa das principais Ligas europeias com mais golos por jogo (2,9) e a terceira com maior eficácia a finalizar em percentagem de golos acima do esperado (xG), com mais 28,7%. Estratosférico.

[ Os remates do Sporting ante o Braga, a amarelo os golos (e, no caso, os enquadrados) ]

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2. Vitória sem medo dos “grandes”

Só mesmo o Porto (2-1, e não foi fácil), entre as equipas do topo da tabela, não vacilou no Castelo. O Vitória de Guimarães ganhou ao líder Sporting em casa e agora empatou com o Benfica 2-2. Até fora de portas, os vimaranenses têm dado cartas e empataram na Pedreira com o Braga (1-1). Frente ao “leão”, os “conquistadores” criaram três ocasiões flagrantes, contra o Benfica acumularam quatro e igualaram o seu máximo da época. É caso para dizer que o Vitória não tem medo de ninguém, muito menos dos “grandes” da nossa Liga.

[ As 3 flagrantes ante o Sporting (à esquerda) e as 4 contra o Benfica ]

3. “Ganso” em profunda crise ofensiva

O Casa Pia tem estado em foco por motivos menos positivos. Na jornada 19 foi cilindrado pelo Sporting por 8-0, tendo rematado somente duas vezes, novo mínimo da Liga. Na ronda seguinte partilhou com o Boavista o indesejado registo de não terem enquadrado qualquer remate, naquele que foi o primeiro jogo da nossa Liga desde que há GoalPoint (14/15) em que as duas equipas não acertaram com as balizas. Na derrota com o Rio Ave, os lisboetas também só enquadraram um disparo. O Casa Pia acertou apenas um remate na baliza nos últimos 240 minutos de futebol e esteve 205 minutos sem o fazer entre o disparo de Clayton em Alvalade e o de Samuel Justo em Vila do Conde.

[ Os remates do Casa Pia entre as jornadas 19 e 21 ]

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4. Cruzar muito nem sempre é receita de sucesso

A carreira do Gil Vicente assenta, principalmente, nos bons resultados em casa, porém, na jornada 21, os “galos” perderam em Barcelos com o então último classificado Vizela. Os homens da casa atacaram muito, com recurso pouco visto ao cruzamento de bola corrida. No total foram 39, segundo valor mais alto da liga numa só partida, e falharam 32, novo máximo negativo da prova.

[ Os cruzamento do Gil Vicente com o Vizela ]

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5. Jogar pelo chão com dilúvio? Não, obrigado

Na visita do Benfica a Guimarães terá causado alguma “espécie” o facto de o Benfica ter optado por um futebol de passe curto, rente ao chão, num terreno completamente alagado. Notou-se a dificuldade “encarnada” para progredir no terreno e esta estatística final da partida sustenta a ideia. As “águias” erraram 103 passes no D. Afonso Henriques, novo máximo negativo da Liga. Má estratégia?

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