Porto 🆚 Vitória SC | “Pachecoball” apaga chama dos dragões

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NO confronto número 158 entre FC Porto e Vitória SC para o campeonato, os conquistadores alcançaram, na noite deste domingo, o quinto triunfo no reduto dos portistas. Álvaro Pacheco, que tinha saído derrotado nos seis embates anteriores frente aos “dragões”, preparou uma verdadeira “masterclass”, principalmente na etapa inicial. O futebol pragmático, intenso e organizado no processo defensivo e eficaz nos contragolpes apagou a chama “azul-e-branca”. Galeno enganou-se no alvo e marcou na própria baliza, Jota Silva ampliou a vantagem, Galeno redimiu-se e encurtou as distâncias. Quando a segunda parte tinha tudo para ser vibrante e imprópria para cardíacos, ficou estragada por uma interminável sucessão de faltas, amarelos, um vermelho para Pepe por protestos e nervos em franja…

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Minhotos conquistam reduto portista

Quatro dias depois, portistas e vimaranenses voltaram a esgrimir argumentos, desta feita na cidade Invicta numa partida relativa à 28.ª jornada do campeonato. Antes do apito inicial, Sérgio Conceição promoveu quatro alterações no “onze” com as entradas de Diogo Costa, Fábio Cardoso, Francisco Conceição e Danny Namaso para as vagas de Cláudio Ramos (opção), Otávio Ataíde (a cumprir um jogo de castigo), Gonçalo Borges (opção), e Evanilson (a cumprir um jogo de castigo), respectivamente. Do lado dos visitantes, Álvaro Pacheco faz três mudanças: entraram Jorge Fernandes, Afonso Freitas e Kaio César. Saíram Tomás Ribeiro, Ricardo Mangas e Nélson Oliveira.

Os “conquistadores” foram pragmáticos, organizados e letais, marcando na primeira incursão ofensiva que fizeram. Galeno “penteou” a bola centrada por Händel e enganou Diogo Costa. A reacção do FC Porto foi imediata, mas valeu a atenção de Borevković. Ao minuto 33, numa contra-ataque executado na perfeição, Tiago Silva assistiu Jota Silva que foi mais lesto do que Pepe e ampliou a vantagem forasteira. O ataque móvel dos minhotos tinha veneno e foi por centímetros que Kaio César não apontou um tento de antologia. Conceição ameaçou fazer uma tripla substituição ainda antes do intervalo, mas Galeno redimiu-se do autogolo e reduziu a desvantagem, deixando tudo em aberto para a etapa final.

Jota Silva esteve endiabrado e foi o destaque nestes primeiros 48 minutos com dois remates, um golo, seis passes progressivos recebidos, 15 acções com a bola e registava um GoalPoint Rating de 6.2.

Ao contrário da primeira metade, o segundo período ficou marcado por inúmeras interrupções, amarelos, a expulsão por protestos de Pepe e tensão, muita tensão. Nos poucos momentos em que a bola rolou, o FC Porto tentou chegar ao empate, quase sempre pelos pés de Francisco Conceição, mas nunca logrou encontrar a direcção certa do golo.

Os vitorianos foram recuando no terreno, mas aos 78’ Manu quase assinava um golo de antologia… Com este triunfo, o Vitória alcançou o rival SC Braga na classificação e ficou a apenas dois pontos do adversário da noite deste domingo.

Já os “azuis-e-brancos”, que não perdiam com os minhotos há 12 jogos consecutivos e que tinham vencido os dois primeiros duelos esta temporada, não aproveitam a derrota do Benfica em Alvalade, averbaram o segundo tropeção de rajada na competição e praticamente deixaram cair a possibilidade de assegurarem uma vaga na próxima edição da Liga dos Campeões.

[ Porto sempre por cima, mas sem objectividade ]

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MVP GoalPoint: Francisco Conceição👑

De volta ao “onze” após ter cumprido um jogo de castigo no embate da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, em Guimarães, o internacional português foi o principal agitador do FC Porto com dois remates, num total de três passes para remate, dez cruzamentos (apenas dois eficazes), 73 acções com a bola – sete das quais na área contrária -, levou a melhor em 12 duelos, perdeu oito, foi eficaz em três dos sete dribles que arriscou, orquestrou quatro passes progressivos, quatro recuperações de posse, cinco acções defensivas e sofreu outras tantas faltas. A rever, os 11 passes falhados em 32 (eficácia de 66%) e as 26 perdas da posse – recorde negativo no duelo. O ala canhoto foi o MVP com um GoalPoint Rating de 6.6.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Porto

Zé Pedro 6.0

Lançado ao intervalo para a vaga de Fábio Cardoso, destacou-se com um remate, uma eficácia de 85% no capítulo do passe – falhou sete em 47 feitos -, conquistou dez duelos, perdeu dois, venceu os três duelos aéreos defensivos em que participou e atingiu as seis acções defensivas.

Alan Varela 6.0

Autor de um remate enquadrado, cinco recuperações de posse, seis perdas, três acções defensivas e cinco duelos ganhos.

Wendell 5.9

No dia em que cumpriu o 100.º jogo oficial de dragão ao peito, fez dois passes para remate, nove passes progressivos (máximo), venceu dez duelos, perdeu seis, gizou quatro conduções progressivas, dez recuperações de posse, quatro perdas, cinco acções defensivas e sofreu seis faltas.

Nico González 5.9

Muito activo na primeira parte, terminou a partida com um remate, 15 passes falhados em 57 feitos, totalizou 16 duelos conquistados (máximo), perdeu cinco duelos, somou cinco acções defensivas e perdeu apenas um dos seis duelos aéreos defensivos em que interveio.

Galeno 5.8

Partida agridoce para o ala. Marcou dois golos, sendo que o primeiro foi na própria baliza. Culminou o jogo com quatro remates, oito passes progressivos recebidos, cinco acções com a bola na área adversária, seis recuperações de posse, dez perdas e três faltas sofridas.

Jorgie Sánchez 5.7

O mexicano voltou a ser titular. Saiu aos 56 minutos com dois remates, quatro passes progressivos, nove duelos ganhos, dois perdidos, dez perdas de bola e seis acções defensivas.

Namaso 5.7

Chamado para a vaga do suspenso Evanilson, nem sempre foi bem servido, tendo feito um remate, cinco acções com a bola na área contrária, um passe falhado em 13 tentados, venceu seis duelos e perdeu outros tantos.

Diogo Costa 5.6

Sofreu dois golos e, na única defesa que fez, evitou com um dos joelhos o tento de Kaio César.

Fábio Cardoso 5.6

Sem Otávio, voltou ao eixo defensivo e saiu ao intervalo com um remate, um duelo aéreo defensivo ganho em quatro tentados, quatro perdas de bola e duas acções defensivas.

Pepe 4.2

Por protestos, deixou a equipa reduzida a dez elementos. No lance do 0-2 não teve pernas para acompanhar Jota Silva, ganhou quatro duelos, perdeu dois, registou oito recuperações de posse e sete perdas.

Destaques do Vitória

Jorge Fernandes 6.4

Formado no Olival, o defensor liderou a muralha vimaranense com nove duelos conquistados, três perdidos, quatro duelos aéreos defensivos ganhos em sete tentados e 14 acções defensivas, entre as quais oito alívios. Esteve menos bem nos 11 passes falhados, entre os quais quatro de risco.

Manu Silva 6.2

Primeiro como central e depois como médio, esteve sempre num bom plano. Realizou um remate, acertou 19 dos 21 passes tentados – ambos de risco -, venceu oito duelos, perdeu sete e copiou Jorge Fernandes com 14 acções defensivas e também com os mesmos oito alívios.

Toni Borevković 6.1

Muito atento, acumulou 12 acções defensivas – oito alívios -, cinco duelos vencidos e dois perdidos.

Jota Silva 5.7

 Voluntarioso e decisivo – marca há cinco jornadas consecutivas. Teve acção indirecta no lance do 0-1 e marcou o golo que garantiu o triunfo vitoriano. Recebeu dez passes progressivos, levou a melhor em cinco duelos, perdeu 13 e desperdiçou a posse de bola por 19 ocasiões.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.