8º a 12º Uma desilusão milionária
Apesar das promessas feitas no início da temporada, Jorge Jesus termina a época no 12º lugar, com a decepcionante pontuação de 73 pontos, e alguns marcos negativos. Para além de ter sido o treinador com menor percentagem de resultados positivos (13%), apenas atrás de Manuel Machado (10%), acumulou sete resultados muito negativos, o máximo entre todos os técnicos que treinaram equipas da Liga NOS. A derrota (3-0) no Bessa foi dos piores momentos da temporada, a par do 1-2 em casa contra o Gil Vicente de Ricardo Soares, que aparece um lugar acima no ranking final.
Ricardo Soares, terceiro classificado da temporada passada, começou a época no Moreirense e, após ser demitido, apareceu rapidamente no Gil Vicente, melhorando o desempenho de Rui Almeida.
Pako Ayestarán (Tondela) e Daniel Ramos (Santa Clara) são os primeiros elementos do top-10 e terminam a temporada com razões para sorrir. O espanhol foi o melhor treinador do mês de Abril e assegurou a manutenção do Tondela sem o sofrimento a que os beirões já se habituaram, enquanto Daniel Ramos assegurou inédito apuramento europeu ao Santa Clara.
No oitavo lugar ficou Julio Velázquez, que chegou à Madeira apenas em Março, mas bem a tempo de salvar o Marítimo e melhorar bastante o desempenho da equipa em relação às vigências de Lito Vidigal e Milton Mendes.
4º a 7º À porta do pódio que também mereciam
Do quarto ao sétimo lugar encontramos quatro técnico com temporadas muito acima da média.
Ivo Vieira foi o único que não cumpriu a temporada na sua totalidade, mas teve uma chegada tão fulgurante a Famalicão que conseguiu terminar entre os cinco melhores treinadores da temporada. Os 67% de resultados positivos não foram superados por ninguém.
Pêpa ficou no “ingrato” quarto lugar, a escassos 25 pontinhos do segundo, mas tal não tira brilho à época que conseguiu no Paços de Ferreira. Prova disso é ter sido o único treinador a conseguir dois prémios de melhor do mês (em Novembro e em Janeiro) e o único que fez a época completa sem resultados considerados como muito negativos.
Petit, que até esta época se destacava por alguns milagres, fez provavelmente a temporada mais consistente da sua carreira, e elevou a Belenenses SAD a patamares que ninguém esperava à partida. Os 921 pontos atestam o feito que conseguiu tendo em conta a qualidade teórica do plantel da Belenenses SAD em relação a outros.
Carlos Carvalhal termina a temporada com um título e com o carimbo de ter sido o único treinador envolvido em todas as provas a terminar com pontuação positiva em todas elas.
3º Vasco Seabra: Bendita chicotada
Pelo segundo ano consecutivo, o Moreirense contrata a meio da temporada um treinador que termina o RTG no terceiro lugar. Após Ricardo Soares em 19/20, Vasco Seabra foi escolhido para suceder a César Peixoto e o “casamento” não podia ter corrido melhor.
De recordar que Vasco Seabra conseguiu na temporada passada o terceiro lugar na Segunda Liga, ainda ao serviço do Mafra, e iniciou 20/21 ao leme do Boavista, onde as coisas não estavam a correr particularmente bem.
No Moreirense tudo mudou e, desde a sua chegada, os cónegos perderam apenas seis jogos em 21 jornadas, e empataram contra os “três grandes”.
2º Sérgio Conceição: Grande Champions valeu pódio
A temporada do Porto não foi brilhante e terminou com apenas uma conquista, a Supertaça, no entanto esse facto não pode apagar a competência e regularidade mostradas pelo FC Porto. Campeão só podia existir um, mas os “azuis-e-brancos” garantiram o acesso directo à próxima Champions, para tentar repetir ou melhorar a excelente campanha que fizeram esta temporada.
Sérgio Conceição levou o Porto aos quartos-de-final, após eliminar, entre outros, a poderosa Juventus, e ainda com uma vitória em Stamford Bridge contra aquele que viria a ser o campeão europeu.
A pontuação da Liga NOS foi a quinta melhor entre todos os treinadores, atrás de Vasco Seabra, Pêpa e Petit, mas os pontos acumulados na campanha europeia valeram a prata ao treinador do FC Porto.
1º Rúben Amorim: A época quase perfeita
Após o segundo lugar em 19/20, Rúben Amorim foi o treinador do ano em 20/21. Uma lufada de ar fresco a todos os níveis no nosso campeonato, o treinador do Sporting é a combinação perfeita entre competência no jogo, no treino e na comunicação.
Não por acaso, termina a temporada com 3180 pontos, a melhor pontuação final desde que existe RTG, e que reflecte perfeitamente não só as conquistas do Sporting, mas também a relativa dificuldade e improbabilidade das mesmas.
Rúben Amorim conseguiu resultados positivos em 23 dos 42 jogos que disputou e teria fechado no pódio se tivesse feito apenas metade dos pontos que acumulou. Incrível.