Depois de, na época passada, Bruno Lage ter interrompido o ciclo (três) prémios de treinador do ano consecutivos atribuídos a “misters” fora dos “três grandes”, desta feita, o RTG da Liga NOS volta a premiar um técnico que não ganhou qualquer troféu.
É essa uma das grandes mais-valias do nosso método, que atribui pontos aos treinadores consoante o grau de dificuldade de cada jogo, definido pelas casas de apostas.
O mesmo já não se pode dizer da Liga Pro, mas lá iremos mais à frente. Para já percorremos, de baixo para cima, a classificação final do RTG Liga NOS, que teve mais seis treinadores que a temporada passada.
28º a 31º A marca da despromoção e uma surpresa
Entre os quatro técnicos com pior pontuação na temporada que agora terminou, encontramos, sem surpresa, três que viram as equipas por onde passaram cair de escalão (pelo menos dentro do campo).
Augusto Inácio começou a “trágica” temporada do Aves e durou apenas dez jogos no comando da equipa. Ainda assim o suficiente para acumular o pior “score” da época, com 1411 pontos negativos. Nuno Manta, seu substituto e treinador do ano em 2016/17, fez um pouco melhor, mas não o suficiente para fugir ao lote dos quatro piores.
António Folha, que deixou o Portimonense numa situação muito complicada, é outro dos presentes neste grupo, que tem como grande surpresa a presença de Ivo Vieira. A expectativa era enorme após a época que fez no Moreirense (quarto lugar no RTG 18/19), mas o seu Vitória acabou por falhar os objectivos, sobretudo a nível interno. Na Liga Europa, após ultrapassadas três pré-eliminatórias, o Vitória caiu na fase de grupos, mas Ivo Vieira ainda conseguiu carimbar a maior surpresa da época, de acordo com as casas de apostas (odd de 12.28), num jogo em que, já eliminado, foi vencer a Frankfurt com um “onze” alternativo.
22º a 27º O campeão de 18/19 e três curtas estadias
Neste grupo, o grande destaque vai para a presença de Bruno Lage, vencedor do RTG em 18/19. A época até nem começou mal, mas um ciclo negro iniciado com a derrota no Dragão acabou por atirar o campeão nacional para um lote com pontuação negativa. Bruno Lage fica directamente ligado à maior surpresa a nível interno quando, num jogo de odd 1.27 para o Benfica, saiu da Luz derrotado pelo Santa Clara (3-4). O ex-técnico do Benfica foi ainda o treinador que acumulou mais resultados negativos (17), a par de Nuno Manta, e só por uma vez (em Leipzig) não saiu derrotado de um dos seis jogos em que o seu Benfica não era favorito.
Deste grupo constam ainda três treinadores que não chegaram a durar mais do que seis jogos no cargo, mas também o homem que acaba a temporada com um registo bem positivo. Apesar do saldo globalmente negativo, Natxo González foi o técnico com o maior número de resultado muito positivos (odd superior a 3.00), muito por culpa dos bons resultados fora de casa, mas também das vitórias caseiras por 1-0 frente a Sporting e Sporting de Braga.
14º a 21º O melhor nas competições da UEFA
Neste lote de oito técnicos que ficaram com pontuação muito próxima do zero, o grande destaque, pela curiosidade da distribuição de pontos, é Ricardo Sá Pinto. Durante os 14 jogos em que treinou o Braga no campeonato, Sá Pinto venceu apenas cinco, acabando por terminar como o técnico com pior pontuação no que à Liga NOS diz respeito, mas isso foi compensado com uma excelente campanha a nível europeu. Duas pré-eliminatórias ultrapassadas e o primeiro lugar sem derrotas num grupo bastante difícil acabaram por balancear as coisas, mas não o suficiente para manter o seu lugar até ao final da época.
Paulo Sérgio, melhor treinador do mês de Junho e autor de uma recuperação muito complicada com o Portimonense, acaba por terminar com pontuação positiva, apesar de não ter cumprido o objectivo de manter os algarvios na Primeira Liga.
Aqui, encontramos também Marcel Keizer, terceiro classificado na temporada passada, que acabou demitido ao fim de quatro jornadas, e Sandro Mendes, que acabou por não registar nenhum resultado negativo em 11 jogos, dentro do que seria esperado.