9º a 13º Algumas estranhas demissões
Sem deslumbrar, mas, ainda assim, com épocas globalmente positivas, encontramos neste lote de cinco, quatro treinadores que foram alvo de demissões.
À excepção de Jorge Silas, que tinha pontuação marginalmente negativa, Julio Velázquez, Vítor Campelos e Lito Vidigal estavam dentro do que seria de esperar no campeonato, e acabaram por sair das casas onde começaram a época um pouco inexplicavelmente.
Petit, que voltou a “salvar” uma equipa, também faz parte deste lote, e justificou a oportunidade de continuar a próxima época ao leme do Belenenses SAD.
4º a 8º O campeão nacional e outros “campeões”
Começamos a chegar perto do topo, e aqui já encontramos um conjunto de treinadores com épocas globalmente bastante positivas.
Desde logo o treinador campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal, Sérgio Conceição. Os objectivos foram cumpridos e a glória atingida, mas, ainda assim, estranhará o leitor, a pontuação não chegou para entrar no pódio. Uma explicação estará no registo de resultados considerados como muito negativos (vitória não atingida com odd abaixo de 1.50). Foram oito os jogos em que o Porto era claramente favorito e não venceu, o que dá a Sérgio Conceição o pior registo da época neste particular.
- Gil Vicente 2-1 Porto
- Porto 2-3 Krasnodar
- Marítimo 1-1 Porto
- Belenenses 1-1 Porto
- Académico Viseu 1-1 Porto
- Porto 1-1 Rio Ave
- Famalicão 2-1 Porto
- Aves 0-0 Porto
José Gomes melhorou bastante o desempenho do Marítimo a partir do momento em que entrou na equipa, à jornada 12, enquanto Carlos Carvalhal, João Henriques e Vítor Oliveira estiveram ao nível a que já nos têm vindo a habituar. Ao dia de hoje, no entanto, só Carvalhal tem clube para a próxima época.
3º Ricardo Soares: Competência confirmada
Não se fala muito dele, mas o técnico de Felgueiras continua a somar bons trabalhos por onde passa.
A época começou-a com o Sporting da Covilhã a eliminar o Famalicão da Taça da Liga e, logo no mês de Agosto, sagrou-se treinador do mês na Liga Pro. Quando trocou Covilhã por Moreira de Cónegos, os serranos ainda sonhavam com a promoção, mas quem acabou por ser promovido foi apenas Ricardo Soares. No Moreirense, chegou a atravessar um ciclo de 14 jogos com apenas uma derrota, e estabilizou a equipa na primeira metade da tabela.
Somando as pontuações que obteve na Liga NOS (1249 pontos) e na Liga Pro (224), Ricardo Soares teria terminado o RTG em segundo lugar.
2º Rúben Amorim: Do CNS a vencedor da Taça da Liga num mês
A época de Rúben Amorim chegou a parecer um conta de fadas. Começou-a desempregado, mas, logo em Setembro, acabou por ser chamado a assumir a equipa B do Braga no CNS. Onze jogos e oito vitórias depois, abriam-se as portas da equipa A. Ao fim de nove jogos já somava quatro vitórias contra Sporting, Porto e Benfica, e um troféu da Taça da Liga.
Numa decisão que foi surpresa para muitos, acabou por trocar, ainda em Março, a Pedreira por Alvalade, e as coisas até nem começaram mal, apesar do bom trabalho ter ficado ofuscado pelo quarto lugar.
Ainda assim, o que Rúben Amorim fez em 2020 não pode passar indiferente. Estará aqui, porventura, um dos mais prometedores treinadores do futebol português.
1º João Pedro Sousa: O melhor da época
Sem qualquer dúvida, João Pedro Sousa foi o melhor treinador da temporada. O Famalicão vinha da Liga Pro e manteve apenas três jogadores do seu plantel, mas nem por isso João Pedro Sousa começou de forma lenta. Treinador do mês em Agosto e Setembro, ocupou o primeiro lugar do RTG e até da Liga NOS durante várias jornadas consecutivas, e acabou por vencê-lo, com mais de 500 pontos de vantagem sobre o segundo classificado.
João Pedro Sousa obteve as melhores pontuações tanto no campeonato como na Taça de Portugal (eliminado nas meias-finais pelo Benfica) e foi o timoneiro de um dos projectos mais atractivos do futebol português nos últimos anos.
Todas as equipas que terminaram à sua frente acabaram por, nalgum momento, tropeçar aos pés do “Famashow”, e há muito dedo de João Pedro Sousa no que foi conseguido.